Folhetos de saúde

Artrite reumatóide – alterações laboratoriais e prognóstico

© Equipe Editorial Bibliomed

Quais as alterações de exames na artrite reumatóide?

As alterações em exames laboratoriais mais comuns na artrite reumatóide são representadas pela a presença de anemia no hemograma, associada ou não a outras alterações de diferentes elementos sanguíneos, presença do fator reumatóide e alterações no líquido presente nas juntas inflamadas. A anemia costuma ser aquela típica de doença crônica. Não melhora mesmo com a complementação de ferro na alimentação, porém costuma responder a administração de determinados hormônios (ex: eritropoetina).

As contagens sanguíneas de células de defesa costumam ser normais na maioria dos pacientes, porém alguns tipos específicos de células podem mostrar-se aumentados.

Um outro exame, o fator reumatóide no sangue, freqüentemente é positivo em 80% dos doentes, fato que contribui sobremaneira para o correto diagnóstico da doença.

A análise do líquido obtido das juntas (articulações) inflamadas mostra presença de grande número de células de defesa. Esta análise pode ser bastante útil na detecção de processo infeccioso articular associado.

Qual a evolução da doença?

Tipicamente, a artrite reumatóide resulta em importante incapacidade para o doente, além de maior taxa de mortalidade que a esperada para a população em geral.

Aproximadamente um em cada cinco portadores da doença obtém melhora espontânea dos sintomas, podendo até curar-se, sobretudo no primeiro ano da doença. Porém a regra é haver gradual e progressiva deformidade articular e incapacidade da função normal das juntas afetadas.

Alguns estudos demonstraram que a ocorrência de limitações nas atividades cotidianas pode ser até seis vezes maior nos portadores de artrite reumatóide, em relação à população geral, e as limitações no trabalho podem ser até dez vezes superiores nos indivíduos com a doença.

Aproximadamente metade dos pacientes com artrite reumatóide é obrigada a abandonar o trabalho após dez anos de doença, devido às incapacidades geradas pelas seqüelas da artrite reumatóide.

A mortalidade aumentada nesses indivíduos relaciona-se ao grau de incapacidade, e costuma ser resultado de infecções ou distúrbios do trato digestivo.

Como atinge uma população relativamente jovem, em plena capacidade produtiva, a doença associa-se a um importante impacto econômico e sobre o sistema de saúde.

Dessa forma, é essencial o controle adequado dos sintomas e a adoção de medidas capazes de minimizar as eventuais incapacidades relacionadas com a artrite reumatóide.

Lembre-se: somente seu médico poderá orientá-lo em relação a esta condição.

Fonte:

Arnett FC. Artrite reumatóide. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 1662 – 1670.