Folhetos de saúde

Novas tendências para o diagnóstico da espondilite anquilosante

© Equipe Editorial Bibliomed

O que é a espondilite anquilosante?

A espondilite anquilosante é uma doença crônica caracterizada principalmente por dor nas costas, dificuldade de movimentação da coluna e freqüentemente, acompanhada por artrite (inflamação das articulações), entesite (uma inflamação dos tendões e de estruturas similares), entre outros sintomas.

Via de regra, como se faz o diagnóstico da espondilite anquilosante?

Normalmente, o diagnóstico dessa doença só é conseguido quando é possível verificar alterações nas radiografias, associadas a sintomas clínicos e achados importantes no exame médico, ou seja, já em um estado avançado (8 a 11 anos após seu início).

O diagnóstico tradicional conta ainda com outros recursos?

Outros exames de imagem, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, podem ser utilizados, mas são muito caros. Além disso, não existe nenhum sinal que seja específico da espondilite anquilosante (seja ele através de exames de laboratório ou do exame médico), o que torna seu diagnóstico ainda mais difícil.

Se é tão difícil fazer o diagnóstico, como os pacientes são manejados?

Existem alguns critérios, como os de Nova Iorque, que ajudam no diagnóstico dessa doença. Porém, muitos pacientes que apresentam dor nas costas podem ter um quadro mais leve, e não são corretamente examinados. Além disso, a incidência de algumas alterações nas radiografias ainda não foi documentada.

Algo está sendo feito no sentido de mudar essa realidade?

Sim. Diante dessas dificuldades, pesquisadores já procuram verificar se existem outros exames, como o ultra-som com Doppler (um tipo de exame de imagem), que podem auxiliar no diagnóstico da espondilite anquilosante.

Como são feitas essas pesquisas?

Os cientistas observam pacientes com a doença e os  comparam com outros que não a tem. Realizam o ultra-som com Doppler e verificam que existe uma grande diferença, em relação à vascularização (veias e artérias), na região da articulação sacro – ilíaca (no final da coluna, na região do quadril), nas pessoas com espondilite anquilosante. Isso explicaria, um pouco, porque algumas pessoas que desenvolvem a doença respondem pior a determinados remédios.

Qual o impacto desse novo exame na esponditlite anquilosante?

O ultra-som está sendo considerado pelos cientistas um excelente exame para ajudar no diagnóstico da espondilite anquilosante, juntamente com os demais já existentes, pois é capaz de demonstrar as alterações dessa doença e as respostas ao tratamento. Mais estudos já estão sendo planejados para avaliar a sua utilidade em grandes grupos populacionais.

Qualquer paciente já deve recorrer ao ultra-som para investigar um quadro de espondilite anquilosante?

Não. O uso do ultra-som na abordagem da espondilite anquilosante depende ainda de mais estudos que comprovem sua eficácia em larga escala. Em caso de dúvidas, procure sempre seu médico de referência.

Fonte: The Journal of Rheumatology (January 2007)