Folhetos de saúde

Anti-Histamínicos

Equipe Editorial Bibliomed

O que são os anti-histamínicos?

Os anti-histamínicos, drogas que atuam antagonizando a ligação de moléculas a receptores específicos nas células responsáveis pelo processo alérgico, constituem um marco no tratamento das doenças que cursam com reações alérgicas. O desenvolvimento recente dos anti-histamínicos de segunda geração, que se caracterizam por induzir pouca ou nenhuma sedação como efeito adverso, tem dado a essas drogas status de “pau para toda obra” no tratamento de afecções alérgicas.

Qual a história da histamina?

No início do século XX, uma substância batizada de histamina foi reconhecida como agente participante de reações de anafilaxia (um tipo de reação alérgica generalizada e perigosa se não abordada a tempo). Cientistas perceberam que sua injeção em animais causava vasodilatação (um aumento no calibre dos vasos sanguíneos) e broncoespasmo (diminuição da espessura dos brônquios, estruturas responsável pelo transporte de ar nos pulmões).

De onde vem a histamina?

A histamina é liberada por células especiais de defesa do organismo chamadas basófilos e mastócitos, após a estimulação das mesmas por uma imunoglobulina específica, chamada Ig-E. Em algumas situações, a histamina pode ser liberada espontaneamente per essas células, sem a necessidade de uma estimulação prévia pela Ig-E. É nessas duas situações que normalmente ocorrem as crises de alergia em pessoas predispostas.

Como a histamina funciona?

Hoje se conhecem 2 tipos de receptores celulares principais para a histamina, cada um responsável por diferentes efeitos da histamina no organismo. Já se conhece um terceiro receptor, e  muitos cientistas acreditam que outros mais possam existir. Para que seus efeitos ocorram, a histamina tem que se ligar a esses receptores localizados nas células do organismo.

Como funcionam os anti-histamínicos?

Os anti-histamínicos funcionam dificultando ou impedindo que a histamina consiga se ligar aos receptores celulares pelos quais tem afinidade.

Quando foram descobertos os anti-histamínicos?

O primeiro anti-histamínico foi descoberto quase que por acaso no início do século passado. Desde então, seu uso tem sido cada vez maior na medicina.

Existe mais de um tipo de anti-histamínico. Qual a diferença entre eles?

Os anti-histamínicos chamados de primeira geração têm um efeito sedativo associado ao seu uso, uma vez que sua atividade não se restringe ao processo alérgico, mas também ocorre no sistema nervoso central, podendo causar sonolência.

Os anit-histamínicos chamados de segunda geração são mais específicos na regulação do processo imunológico, com pouca atividade no sistema nervoso central. Seu emprego, desta maneira, cursa com menos ou virtualmente nenhuma sedação.

Quais as principais indicações para o uso de  anti-histamínicos?

Os anti-histamínicos tem eficácia comprovada no tratamento de primeira linha ou adjuvante de rinites alérgicas, conjuntivites alérgicas, asma, urticária, dermatite atópica e anafilaxia, dentre outras doenças.

Além das doenças alérgicas, os anti-histamínicos podem ser usados em outras situações?

O uso dos anti-histaminicos em doenças não alérgicas também tem se mostrado bastante eficaz. Hoje cada vez mais são empregados no tratamento de insônia, vertigem posicional, náuseas e sintomas extrapiramidais (tremores).

Qual a relação entre os anti-histamínicos e a gravidez?

Os anti-histamínicos devem ser usados com cautela durante a gestação, uma vez que trazem risco de teratogenicidade, especialmente nos primeiros meses da gravidez.

Mães que usam anti-histamínicos podem amamentar?

Os anti-histaminicos são secretados no leite, de maneira que filhos de mães sob tratamento com essas drogas podem experimentar seus efeitos colaterais, marcadamente a sonolência.

É importante saber que apenas o médico está apto a prescrever esse tipo de medicamento, independentemente da indicação para a qual será feito seu uso.

Fonte: Jonathan A. Bernstein – Chapter 5: Antistamines in Patterson Allergic Diseases 6th Edition (March 2002)