Exames de rotina

Periodicamente seu médico solicita alguns exames para que possa fazer uma análise mais completa de seu quadro de saúde.

Neste especial, Boa Saúde lista alguns dos principais exames médicos com ilustrações e informações para ajudá-lo a entender melhor esses procedimentos de rotina.

Os exames estão classificados em ordem alfabética (navegue através das letras iniciais abaixo):

Urocultura (código AMB: 4.03.10.21-3)

O que é?

A urocultura é um exame realizado em laboratório, como complementação do diagnostico de infecção urinaria. Através da urina rotina e do exame clínico, o medico fará o diagnostico de infecção urinaria. O tratamento será iniciado, mas o agente causador da infecção (que pode ser uma bactéria ou fungo), só é identificado através da urocultura. Desta maneira as amostras de urina são submetidas à cultura, quando originárias de pacientes com sintomas de infecção do trato urinário e de pacientes assintomáticos com alto risco de infecção.

Quais são os agentes que causam a infecção urinaria?

Os agentes etiológicos da infecção do trato urinário (ITU), são limitados a poucos microrganismos, de crescimento rápido. Escherichia coli, Enterococcus spp., Klebsiella-Enterobacter spp., Proteus spp., Staphylococcus saprophyticus e Pseudomonas spp., representam a maioria dos agentes, tanto de pacientes hospitalizados quanto da comunidade. Na comunidade, cerca de 80 % das ITU não complicadas são causadas por E.coli. Em pacientes hospitalizados, a Cândida spp., um tipo de fungo, também pode ser o agente causador da infecção.

Como deve ser coletado o material?

Como a urina é um liquido estéril, se a região próxima à saída da uretra não for devidamente higienizada, com eliminação de grande parte da flora local, essas bactérias, que estão presentes normalmente nessa região, poderão contaminar a urina, produzindo uma interpretação errada do resultado do exame. Por isso é fundamental uma higiene local rigorosa.

Procedimentos para uma coleta de Urina adequada

Coleta em mulheres

1. Remover toda a roupa e sentar no vaso sanitário.
2. Afastar os grandes lábios com uma das mãos e continuar assim enquanto fizer a higiene e coleta do material.
3. Usar uma gaze embebida em sabão neutro, lavar de frente para traz e certificar-se que está limpando por entre as dobras da pele, o melhor possível, porém sem friccionar demais.
4. Enxaguar com abundante água corrente.

5. Continuar afastando os grandes lábios para urinar. O primeiro jato de urina deve ser desprezado no vaso sanitário. Colher o jato médio urinário no frasco.

6. Se a paciente estiver menstruada, ou com corrimento e for absolutamente necessário realizar a urocultura, poderá ser introduzido um tampão ou algodão no intróito vaginal, enquanto se procede à coleta da urina.

Coleta em homens:

Após boa lavagem da glande, coletar o jato "médio" diretamente para frasco estéril. Dar atenção especial à higiene local, principalmente nos casos de fimose muito estreita, onde não se consiga um jato diretamente expelido do meato urinário (ou seja, quando a pele está tão próxima, que a urina entra em contato com ela ao ser eliminda).

Coleta em crianças

Os procedimentos descritos acima devem ser realizados tanto nas meninas quanto nos meninos.

Coleta em bebês

No caso das crianças, que não têm controle de esfíncter, fazer uso de saco coletor.
Fazer higienização prévia com água e sabão neutro. Caso não haja micção, trocar o saco coletor a cada 30 minutos, repetindo-se a higienização.

Como deve ser conservado o material?

A urina deve, preferentemente, ser recém emitida e armazenada em frasco estéril, seguindo-se todas as regras de assepsia acima. Caso não seja possível obter a urina no próprio laboratório, ainda é seguro trabalhar com uma urina emitida até 2 horas após a coleta e mantida à temperatura ambiente. Além deste período, deve-se refrigerá-la por no máximo 24 horas, antes do processamento. Após este período, a urina não poderá ser trabalhada.

Como é feita a urocultura?

Após realizar a centrifugação da urina, o sedimento que fica depositado no fundo do tubo de ensaio, é espalhado em placas de Agar, onde a bactéria irá se desenvolver. O bacteriologista selecionará as amostras que crescerem (o tempo necessário para o crescimento é de 48 horas, mas com 24 horas já é possível observar algum crescimento) e fará um repique sobre nova placa, na qual será feito o "Antibiograma", que definirá a qual tipo de antibiótico a bactéria é sensível e a qual tipo ela é resistente. O antibiograma é parte fundamental da urocultura, já que orientará o médico em sua decisão terapêutica.

Como é feita a interpretação do resultado?

Urocultura Negativa ou inferior a 10.000 colônias/ml com Leucocitúria (presença de leucócitos na urina): pode resultar de uma amostra contaminada por anti-séptico externo ou de uma infecção urinaria parcialmente tratada (antibiótico por período menor que o necessário ou com dosagem menor que a devida, geralmente resultante de automedicação);

Existem casos de falsa - leucocitúria (infestação por Trichomonas vaginalis, infecção por bactérias anaeróbias, Mycobacterium, Mycoplasma, Ureaplasma, Chlamydia, fungos, vírus; presença de corpo estranho nas vias baixas como cálculo, pêlo púbico, etc.) que podem gerar alguma dificuldade na interpretação do exame.

Urocultura positiva ou superior a 10.000 colônias/ml sem leucocitúria: Resulta geralmente de uma contaminação externa ou má lavagem dos genitais; urina velha, demora na semeadura. O exame de urocultura está plenamente associado ao exame de urina rotina. Uma urocultura positiva, porém sem presença de leucó