Exames de rotina

Periodicamente seu médico solicita alguns exames para que possa fazer uma análise mais completa de seu quadro de saúde.

Neste especial, Boa Saúde lista alguns dos principais exames médicos com ilustrações e informações para ajudá-lo a entender melhor esses procedimentos de rotina.

Os exames estão classificados em ordem alfabética (navegue através das letras iniciais abaixo):

Dosagem de Glicose (código AMB: 4.03.02.04-0)

Outros nomes: açúcar no sangue, glicemia, glicemia de jejum, glicose no sangue.

Formalmente conhecida como: glicemia

Qual o significado dos níveis de glicose no sangue?

A glicose é um açúcar simples que serve como a principal fonte da energia para o corpo. Os carboidratos que nós comemos são quebrados na forma de glicose (e alguns outros açúcares simples), absorvidos pelo intestino delgado e distribuídos por todo o corpo pela corrente sanguínea. A maioria das células do corpo necessita de glicose para a produção de energia; o cérebro e as células do sistema nervoso são as mais exigentes.

O uso da glicose pelo corpo depende da disponibilidade de insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas. A insulina age transportando a glicose para dentro das células, estimulando o organismo a armazenar o excesso de glicose na forma de glicogênio (para o armazenamento a curto prazo) e/ou como triglicérides em células gordurosas. Os seres humanos não podem viver sem glicose ou insulina, e estas duas substâncias devem existir no organismo de forma balanceada.

Normalmente, o nível de glicose no sangue eleva-se ligeiramente após uma refeição e a insulina é então secretada para abaixá-lo. A quantidade de insulina liberada é proporcional ao tamanho e à quantidade de açucares da refeição. Se a taxa de glicose no sangue ficar muito baixa, como pode ocorrer entre refeições ou após um exercício físico mais forte, o glucagon (um outro hormônio do pâncreas) é secretado na corrente sanguínea, para comunicar ao fígado para transformar parte do glicogênio armazenado em glicose novamente, elevando, assim, os níveis de glicose circulante. Se o mecanismo de feedback da glicose/insulina estiver trabalhando corretamente, a quantidade de glicose no sangue permanecerá razoavelmente estável. Se o equilíbrio for rompido e os níveis de glicose no sangue se elevarem, o corpo tenta restaurar a estabilidade, aumentando a produção de insulina e excretando glicose pela urina.

A hiperglicemia ou a hipoglicemia severas podem ameaçar a vida, causando falência de órgãos, danos no cérebro, levando ao coma, e em casos extremos, à morte. Os níveis crônicos elevados de glicose no sangue podem causar danos progressivos aos órgãos do corpo tais como rins, olhos, coração, vasos sanguíneos e nervos. A hipoglicemia crônica pode levar a danos no cérebro e nos nervos. Algumas mulheres podem desenvolver a hiperglicemia durante a gravidez e esta pode levar ao diabetes gestacional. Se não tratado pode fazer com que estas mães dêem a luz a bebês acima do peso e que podem ter níveis baixos de glicose. As mulheres que tiveram diabetes gestacional podem desenvolver, ou não, o diabetes futuramente.

Por que realizar o exame?

O objetivo do teste é determinar se o nível de glicose no sangue está dentro dos parâmetros saudáveis, fornecendo, desta forma, dados para investigação, diagnóstico e monitoramento da hiperglicemia (glicose elevada no sangue), hipoglicemia (glicose diminuída no sangue), diabetes e pré-diabetes.

Quando realizar o exame?

Glicemia: como parte do exame regular, quando você tiver sintomas que sugiram hiperglicemia ou hipoglicemia, e durante a gravidez; se você for diabético, até mais de uma vez ao dia para monitorar o nível de glicose no sangue.

Como o exame é feito?

Uma pequena amostra de sangue é retirada de uma veia no braço, ou para o auto-exame, pode-se coletar uma gota de sangue através de uma picada na pele. É recomendado que os indivíduos estejam em jejum para realizar o teste.

Para que o exame é solicitado por seu médico?

O exame de dosagem da glicose sanguínea é solicitado para avaliar a quantidade de glicose que está circulando no sangue naquele momento. É utilizado para detectar hiperglicemia e hipoglicemia e ajudar a diagnosticar o diabetes. A glicemia pode ser medida em jejum (quando o sangue é coletado 8 a 10 horas após a última refeição), aleatória (em qualquer momento do dia), pós-prandial (após uma refeição) e/ou como parte de um teste oral de tolerância à glicose. O teste de tolerância à glicose é composto por uma série de exames para avaliar a glicose no sangue em diferentes momentos. Primeiro coleta-se uma amostra de sangue para glicemia de jejum, então o paciente bebe uma quantidade padrão de uma solução de glicose. Após isso, a coleta de sangue é executada mais algumas vezes, em intervalos de tempo específicos para avaliar as variações da glicemia ao longo do tempo. Este exame pode ser requisitado para auxiliar no diagnóstico do diabetes, ou como exame para acompanhamento da glicose sanguínea elevada.

A maioria das mulheres grávida é investigada para a ocorrência de diabetes gestacional, uma forma provisória de hiperglicemia, entre a 24ª e 28ª semana de gravidez. Utiliza-se uma versão do teste de tolerância à glicose: uma sobrecarga de glicose é dada a gestante para que ela beba, e a glicemia é medida após uma hora. Se os valores encontrados forem maiores do que aqueles estabelecidos para o diagnóstico de diabetes em pessoas não grávidas, considera-se que esta mulher está com diabetes gestacional. Nos casos em que a glicemia, 1 hora após a ingestão de uma sobrecarga oral de glicose, estiver acima do valor de referência, um teste de tolerância mais longo deve ser realizado para esclarecimento do caso.

Os pacientes diabéticos devem monitorar seus próprios níveis de glicose sanguínea, em alguns casos, diversas vezes ao dia, para determinar