Dentes fornecem arquivo permanente da vida

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Novas pesquisas sugerem que um material dentário chamado cementum pode fornecer um arquivo de toda a vida útil do adulto. Os materiais que compõem os dentes se formam em camadas, como anéis de árvores. À medida que novas camadas se formam, as evidências da dieta e do estilo de vida de uma pessoa ficam presas, evidências que podem ser analisadas posteriormente pelos pesquisadores.

Até agora, os cientistas contavam com esmalte e dentina para investigar como as populações humanas viviam, como era sua alimentação e seus hábitos de higiene, por exemplo. Mas esmalte e dentina têm seus limites.

Os cientistas usaram técnicas avançadas de imagem para destacar diferentes anéis de cementum e vincular alterações nas microestruturas e padrões das fibras com vários eventos da vida. Os pesquisadores foram capazes de identificar os sinais de gravidez, menopausa e outros estressores fisiológicos entre as camadas do cementum.

A nova pesquisa baseia-se em uma crescente apreciação do organismo humano como um sistema de corpo inteiro, com as assinaturas de mudanças na saúde e na biologia registradas nas camadas de diferentes partes do osso.

Segundo os pesquisadores, as novas técnicas de análise do cementum poderiam ser usadas para investigar como os padrões reprodutivos humanos evoluíram. A análise do cementum também poderia ajudar os arqueólogos a obter novas ideias sobre a vida antiga reunindo uma compreensão mais completa das vidas de civilizações passadas, integrando registros escritos da vida social e pública de uma pessoa a dados biológicos relacionados a detalhes íntimos, como fertilidade, menopausa, ou outros estressores fisiológicos.

Nos estudos de acompanhamento, os pesquisadores esperam expandir sua compreensão dos efeitos dos estressores fisiológicos no cementum. Até agora, os cientistas estudaram apenas mudanças estruturais no cementum, mas planejam provocar os efeitos das mudanças na vida sobre a distribuição de elementos como zinco e cobre nas camadas dentárias.

Fonte: Nature Scientific Reports. DOI: 10.1038/s41598-020-62177-7.

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