Os possíveis problemas de saúde causados por adoçantes artificiais – já culpados por alguns pesquisadores por diabetes, obesidade e outros – se expandiram para incluir uma possível ligação entre alguns substitutos do açúcar e doenças cardíacas, sugere um estudo do French National Institute for Health and Medical Research, na França.
Os pesquisadores analisaram adoçantes artificiais de todas as fontes alimentares, incluindo bebidas, adoçantes de mesa e produtos lácteos, e analisaram três tipos: aspartame, acessulfame de potássio e sucralose. Foram avaliados registros alimentares de 103.000 participantes, a maioria do sexo feminino, com idade média de 42 anos.
No geral, mais de um terço (37%) dos participantes do estudo consumiram adoçantes artificiais, em uma média de 42 miligramas por dia, equivalente a aproximadamente um pacote individual de adoçante de mesa ou 100 mililitros. Os chamados "consumidores superiores" atingiram em média 78mg por dia. Esses tendiam a ser mais jovens, terem índice de massa corporal mais alto, a fumar e serem menos ativos fisicamente, além de seguirem uma dieta para perda de peso. Além disso, eles também comiam menos frutas e vegetais, e mais carnes, laticínios e bebidas sem adição de açúcar.
O aspartame foi associado a um risco aumentado de eventos cerebrovasculares, indica o estudo, enquanto o acessulfame de potássio e a sucralose foram associados a um maior risco de doença cardíaca coronária. Durante um período de acompanhamento de nove anos, os participantes do estudo tiveram 1.502 eventos cardiovasculares, incluindo ataque cardíaco, angina, ataque isquêmico transitório e acidente vascular cerebral. Os resultados mostraram que a ingestão total de adoçantes artificiais estava associada a um maior risco de doenças cardiovasculares em geral.
Fonte: British Medical Journal. DOI: 10.1136/bmj-2022-071204.