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Lúpus eritematoso

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O que é o lúpus eritematoso?

O lúpus eritematoso constitui-se de uma doença auto-imune que atua sobre o tecido conjuntivo, isto é, uma enfermidade na qual o próprio organismo produz células de defesa contra o tecido conjuntivo do corpo.

Qual a faixa etária em que mais se encontra o lúpus eritematoso?

O lúpus eritematoso é mais comum quando ocorre de forma sistêmica, isto é, atinge não só a pele, mas outros órgãos e funções do organismo. Ocorre mais em mulheres jovens (entre 20 e 40 anos), crianças e neonatos. Já a forma localizada do lúpus, também denominada de lúpus eritematoso discóide, acontece mais freqüentemente após a quarta década de vida.

Quais as características do lúpus eritematoso?

O lúpus eritematoso possui diversas apresentações, mas caracteriza-se por apresentar lesões na pele, localizadas ou disseminadas,  principalmente nas áreas expostas ao sol. Os três tipos de manifestações clínicas existentes são:

- Lupus eritematoso cutâneo crônico (LECC);
- Lupus eritematoso cutâneo subagudo (LECSA);
- Lupus eritematoso cutâneo agudo (LECA).

Qual a apresentação mais comum do lúpus eritematoso?

A forma de manifestação mais comum do lúpus eritematoso é a cutânea crônica (lúpus eritematoso discóide).

Quais as manifestações mais comuns do lúpus eritematoso discóide?

O lúpus eritematoso discóide ocorre em qualquer raça, principalmente após os 40 anos e raramente acomete crianças. Suas lesões apresentam cor róseo-violeta, com uma atrofia em sua porção central, e descamação. Essas lesões são muito comuns no rosto, principalmente nas regiões das maçãs do rosto (malar) e nariz, formando uma imagem que lembra as asas de uma borboleta.

Outros locais em que também é possível encontrar uma lesão são as orelhas, lábios, couro cabeludo e mucosa oral. Essas lesões pioram quando há exposição ao sol, frio ou medicações, podendo ter uma evolução arrastada.

Quais outras doenças devem também podem ser semelhantes ao lúpus discóide?

Ao se pensar em lúpus eritematoso discóide, outras doenças também devem ser lembradas, devido a um possível quadro semelhante: rosácea, psoríase, dermatite seborréica, esclerodermia, líquen plano pilar, pseudopelada e tinha favosa, além de quadros de alopécia não cicatricial, pseudo-linfoma e dermatites cutâneas devido a corticosteróides fluorados.

Como é feito o diagnóstico do lúpus eritematoso discóide?

Dois exames são feitos para se dar o diagnóstico de lúpus eritematoso discóide: o exame histológico (que é a análise de um pedaço da lesão após biópsia) e a imunofluorescência direta da lesão (em que se tenta identificar os anticorpos contra o tecido conjuntivo produzidos pelo organismo). Os exames laboratoriais quando o indivíduo tem lúpus geralmente são negativos, a não ser nas formas disseminadas da doença.

Qual o tratamento do lúpus eritematoso discóide?

Para o não agravamento das lesões é de fundamental importância a proteção contra os raios solares, utilizando, para isso, protetor solar, chapéus e evitando substâncias que aumentam a sensibilidade à luz solar, como os bronzeadores. O tratamento das lesões da pele já existentes pode ser feito com o uso de corticóides tópicos.

Além disso, o uso de medicamentos que atuam em outros órgãos e sistemas (medicações administradas por via sistêmica), como os antimaláricos proporcionam uma melhora significativa, mas existem contra – indicações ao seu uso, como doenças do fígado e gravidez.

Se não for possível a utilização desses medicamentos ou se não houver uma boa resposta, outros também podem ser testados e se mostram úteis, como os corticóides por via sistêmica, azatioprina, metotrexato e a ciclofosfamida. Consulte sempre seu médico.

Fonte:

SAMPAIO, S.A.P.; RIVITI, E. A. Afecções do conectivo in: SAMPAIO, S.A.P.;RIVITI, E. A. Dermatologia. 2° ed, São Paulo, ARTES MÉDICAS, 2001.

Copyright © Bibliomed, Inc.  10 de maio de 2013.