Artigos de saúde

Vértebras Alteradas

Ao chegar a adolescência, algumas crianças manifestam um desvio na coluna vertebral: é a chamada escoliose que, além de ser um problema estético, pode causar fortes dores.

A escoliose é uma flexão lateral da coluna vertebral que faz com que a cabeça não se encontre alinhada com o tronco, mas sim com um desvio para direita ou para esquerda.

Nossa coluna vertebral é uma cadeia flexível de vértebras, que permite flexionarmos de modo que podemos tocar os dedos dos pés. Tem uma forma de “S” que torna possível centrar o peso do corpo sobre os pés, e assim evitar a queda. Os animais que caminham sobre suas quatro patas tem uma coluna vertebral reta, que proporciona um suporte adequado a seus corpos horizontais.

As curvas da nossa coluna proporcionam um grau de elasticidade, que não seria possível se as vértebras estivessem alinhadas de forma rígida, sem curvas. Entretanto, as curvas vertebrais podem sofrer alterações de diversos tipos, a escoliose é uma delas. Outra das alterações é a cifose, que faz com que a cabeça incline-se para frente.

A escoliose, que afeta de 10 a 15 pessoas em cada mil, pode ser causada por problemas congênitos, mas na maioria dos casos os médicos desconhecem as causas e por isso a denominam idiopática.

As diversas causas

O desvio pode ter origem óssea, e ser provocado por uma má formação congênita das vértebras ou por debilidade dos ligamentos, mas também, pode ter origem muscular e ser causado por lesões ou contraturas nos músculos das costas. Outras causas para o desvio são a osteoporose, alterações neuromusculares (paralisias) e os transtornos do crescimento, destacam os diversos especialistas do Hospital Fernández, de Buenos Aires.

Alguns especialistas consideram que a escoliose não é uma doença e sim um sintoma, já que pode manifestar-se como conseqüência de diferentes transtornos. De fato, uma pessoa que possui uma perna maior que a outra desenvolve a escoliose, neste caso, corrigindo a desigualdade das pernas pode-se corrigir o desvio da coluna.

Às vezes o desvio é muito leve e imperceptível à primeira vista, somente é detectado mediante uma radiografia, estes casos não necessitam de tratamento porque os pequenos desvios tendem a compensar-se. Porém, se o desvio supera o ângulo de 40 graus, os traumatologistas consideram que há necessidade de fazer um tratamento, que em geral consiste em um colete especial e a realização de determinados exercícios.

Os médicos destacam a importância de diagnosticar o problema de forma prematura para poder efetuar o controle. Muitas vezes o desvio agrava-se com o crescimento.

Há casos que tratam-se apenas de um problema estético, no qual o desvio não provoca dores, porém em algumas pessoas as dores chegam a ser insuportáveis, e o desvio pode afetar a capacidade respiratória e pulmonar.

O momento do bisturi

Em circunstâncias muito excepcionais (menos de 1% dos casos), quando as dores são muito grandes e há problemas respiratórios, os médicos realizam a cirurgia. Esta consiste em corrigir a coluna e fixá-la em uma posição que mantenha a cabeça alinhada ao tronco.

As vértebras que causam o desvio são fusionadas com uma cola especial ou coloca-se um implante metálico. Os especialistas asseguram que depois de uma cirurgia deste tipo, as pessoas podem ter uma vida normal.

Recomenda-se também, que as pessoas que padecem deste tipo de desvio na coluna realizem atividades físicas para diminuir o risco de sofrer um problema adicional, a artrose. “Se um adulto com uma coluna normal benefícia-se com a ginástica, a pessoa que possui problemas irá beneficiar-se muito mais”, assinalam os especialistas.

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