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Exercícios reduzem chutes noturnos dispensando remédios

25 de Abril de 2003 (Bibliomed). Distúrbio que atinge 5% da população mundial, o Movimento Periódico das Pernas (MPP) prejudica o sono noturno e causa hipersonolência diurna e estresse. Mas é possível amenizar esse problema com exercícios aeróbicos, dispensando o uso de medicamentos. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada no Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício da Universidade Federal de São Paulo (Cepe/Unifesp). A pesquisa foi desenvolvida com pacientes paraplégicos, mas estudos iniciais indicam que pessoas sem lesões na medula espinhal também podem ser beneficiadas.

O MPP faz com que seus portadores dêem chutes à noite. Muitas vezes os pacientes não percebem que acordam, mas se sentem muito cansados ao longo do dia. “Em contrapartida, há relatos de pessoas que dão chutes tão fortes que chegam a cair da cama e, por isso, precisam dormir amarradas”, relatou um dos autores do estudo, Marco Túlio de Mello.

Participaram do estudo 13 homens, com idade média de 31,6 anos e lesão total na medula espinhal entre a 7ª e a 12ª vértebra. Cada voluntário foi submetido a seis polissonografias – exame que avalia o padrão, a eficiência e os distúrbios do sono. A primeira noite serviu como base de comparação com os resultados seguintes, e as demais foram realizadas 12 e 36 horas após o teste de esforço máximo, 44 dias após o início do treino e 12 e 36 horas depois do último treinamento.

No teste de esforço máximo, os pesquisadores identificaram a capacidade cardiopulmonar dos pacientes, que também foram submetidos a um teste ergoespirométrico. Na primeira polissonografia, a média de chutes foi de 35,1 por hora de sono – o nível do distúrbio era moderado. O número despencou após o treinamento, que consistia em exercícios feitos em uma espécie de bicicleta ergométrica para os braços durante 30 minutos, três vezes por semana, por 45 dias consecutivos.

No exame realizado 12 horas depois do último treino, a média foi de 12,7 chutes por hora, uma redução de 63,9% em relação ao teste inicial. Na última, o índice subiu um pouco, mas se manteve baixo: 18,5 chutes por hora, uma diminuição de 47,3% em relação à primeira avaliação.

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