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Nova Droga Pode Reduzir Chance de Rejeição em Transplante

SÃO PAULO (Reuters) - A rapamicina é uma droga que, associada a outros medicamentos, tem apresentado um grau menor de rejeição em pacientes submetidos a transplantes, afirmou na terça-feira José Osmar Medina Pestana, vice-presidente do Hospital do Rim e Hipertensão, em São Paulo.

"A rapamicina veio se somar às alternativas de drogas imunossupressoras para pacientes que sofreram transplante de rim", disse Medina, que também é chefe do programa de transplantes da Universidade Federal Paulista (Unifesp). A droga, fabricada pelos laboratórios Wyeth com o nome de Rapamune, é a primeira de uma nova classe de medicamentos imunossupressores que, desde 1999, vem sendo utilizados nos Estados Unidos na prevenção de rejeição de transplante renal.

O Rapamune, que foi registrado em julho pelo Ministério da Saúde, será lançado no Brasil durante o 20o. Congresso Brasileiro de Nefrologia, que acontece entre 24 e 27 de setembro, em Natal.

De acordo com Medina, estudos internacionais demonstraram que a rapamicina, em associação à ciclosporina e à prednizona, reduziu a incidência da rejeição do órgão em 50 por cento.

Medina acrescentou que três estudos com a droga estão sendo desenvolvidos na Unifesp, em pacientes brasileiros.

"Os estudos avaliam a eficácia da droga em diversos tipos de pacientes, ou seja, pessoas com a menor e a maior chance de rejeição", explicou o médico.

"Um dos estudos, já concluído, indicou que os resultados do uso da droga são os mesmos em qualquer tipo de paciente", afirmou Medina.

Ele destacou, no entanto, que a rapamicina produz um efeito colateral importante. A droga aumenta os níveis de colesterol e triglicérides. "Assim como qualquer medicamento, o uso da rapamicina deve ser sempre bem acompanhado pelo médico", alertou Medina.

"A vantagem da rapamicina é que, em associação a outros medicamentos, ela reduz mais que outras (drogas) a chance de rejeição", afirmou Medina. Ele destacou, no entanto, que "a droga vai se concretizar com o tempo, para verificarmos se ela tem grandes benefícios".

O transplante de rim é o tipo de transplante de órgão mais comum no Brasil, com 2.500 operações por ano.

"Esse número corresponde a 50 por cento dos total de transplantes", disse Medina. Ele acrescentou que a sobrevida dos pacientes é de 80 por cento em um ano e de 50 por cento em oito anos.

Sinopse preparada por Reuters Health

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