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Mulheres com sobrepeso desejam mais os alimentos, mas não comem mais nas refeições

22 de julho de 2010 (Bibliomed). Pessoas acima do peso têm respostas mais fortes aos apelos alimentares - por exemplo, salivam mais ao sentirem o cheiro de uma pizza saindo do forno -, mas isso não significa, necessariamente, que elas comem mais em uma refeição do que as mais magras, segundo estudo da Universidade de Bristol, no Reino Unido. “Nós todos precisamos comer e encontramos muitas ‘pistas’ relacionadas aos alimentos em nosso cotidiano”, disse a pesquisadora Danielle Ferriday, destacando que cada pessoa, no entanto, responde de forma diferente a essas “pistas”.

Avaliando a salivação e as respostas psicológicas de 52 mulheres com peso normal e 52 com sobrepeso, após serem expostas a imagens e ao cheiro de pizza, os pesquisadores notaram que, enquanto as mais magras não salivavam muito mais com os estímulos, aquelas que estavam acima do peso salivavam cerca de um terço a mais do que o normal quando a pizza era apresentada, além de terem maior pontuação na escala que media o desejo de comer. Porém, as maiores respostas daquelas com sobrepeso pareceu não refletir na quantidade de comida ingerida. Quando era permitido que as participantes comessem o quanto quisessem, não havia diferença na quantidade consumida pelas mulheres com peso normal e por aquelas com sobrepeso.

Os pesquisadores destacam que esses resultados podem significar que as mulheres com sobrepeso não, necessariamente, comem mais em uma refeição, mas, por causa de sua mais alta sensibilidade a esses estímulos, elas podem comer com mais frequência do que aquelas as mais magrinhas. “Isso é potencialmente importante, porque essa sensibilidade pode incentivá-las a ‘beliscar’ e a outros maus hábitos alimentares que estão associados ao aumento da ingestão de calorias, ao sobrepeso e ao ganho de peso”, escreveram os autores na edição de julho do International Journal of Obesity.

De acordo com os especialistas, ainda não está claro por que as mulheres com sobrepeso são mais estimuladas pela comida e se elas nascem com essa tendência ou se os hábitos alimentares desenvolvidos durantes os anos provocam essa alteração. Por isso, e para confirmar se os resultados são aplicáveis também aos homens, mais estudos são necessários.

Fonte: International Journal of Obesity, 15 de julho de 2010.