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Estudo associa poluição do ar à dificuldade para engravidar

29 de março de 2010 (Bibliomed). A poluição do ar pode ter muito mais consequências negativas além de causar problemas respiratórios e aumentar os riscos de problemas cardiovasculares - ela pode fazer com que as mulheres com dificuldades para engravidar tenham ainda mais problemas para realizar o sonho de ser mãe -, segundo estudo da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Avaliando mais de 7,4 mil mulheres que haviam recorrido a técnicas de fertilização in vitro, os pesquisadores descobriram que as mais expostas à poluição teriam menos chances de engravidar.

No estudo, um poluente comum - o dióxido de nitrogênio (NO2), presente na fumaça dos veículos - foi, consistentemente, associado a menos chances de sucesso da fertilização in vitro. Quando os níveis de NO2 eram maiores que a média em locais próximos à residência da mulher ou à clínica de fertilidade, durante o tratamento ou a gravidez, as chances de ter um filho diminuíam - redução de 20% a cada 0,01 partes por milhão de NO2 acima da média. Mas os resultados eram ainda mais complicados quando as concentrações de ozônio estavam mais altas, principalmente após a implantação do embrião.

De acordo com os pesquisadores, esses resultados aumentam as evidências de que a qualidade do ar pode ter efeitos sutis sobre a reprodução - diversos estudos, por exemplo, associam a exposição à poluição do ar durante a gestação a um maior risco de parto prematuro e de baixo peso do recém-nascido. Porém ainda não está claro se a poluição do ar, por si só, é a responsável por problemas na saúde reprodutiva.

Os especialistas destacam, entretanto, que as mulheres que planejam ficar grávidas - seja naturalmente ou por técnicas de reprodução assistida - não precisam se preocupar. Apesar da associação entre poluição e os resultados da fertilização ter sido significativa, ao transpor os resultados para a vida real, os efeitos parecem ser bem sutis. Além disso, a pesquisa apresenta limitações, sendo necessários mais estudos para confirmação e para desvendar as razões da relação.

Fonte: Human Reproduction. 13 de março de 2010.

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