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Exposição dos bebês à poeira não tem influência no desenvolvimento de asma, diz estudo

03 de março de 2010 (Bibliomed). A exposição a certos fatores ambientais, como poeira, no início da vida parece não ter nenhum efeito sobre o desenvolvimento de asma entre as crianças, segundo estudo brasileiro apresentado esta semana no Encontro Anual da Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia. Motivados pela descoberta de que muitos bebês de famílias de baixa renda estão expostos a altos níveis de endotoxina - toxina que integra a parede celular de algumas bactérias - e alérgenos como ácaros e baratas, pesquisadores da Universidade de São Paulo avaliaram se esse fato, aliado à amamentação exclusiva, poderia protegê-los contra o desenvolvimento da doença respiratória mais tarde, através do fortalecimento de seu sistema imunológico.

Acompanhando, desde o nascimento e por 60 meses, 104 crianças com alto risco de asma e provenientes de famílias de baixa renda, os pesquisadores avaliaram a influência da exposição a alérgenos e endotoxinas, da presença de infecções e da amamentação nos casos de "chieira" persistente entre as crianças. Além disso, amostras de poeira foram coletadas no berço e no chão do quarto dos bebês e submetidas a testes para verificar o conteúdo de endotoxinas e alérgenos.

Os resultados indicaram que 19% das crianças desenvolveram a "chieira" persistente no peito, mas apenas as infecções respiratórias nos primeiros 12 meses de vida estavam associadas a esse problema. As análises mostraram, ainda, que a exposição a alérgenos e endotoxinas e o aleitamento materno exclusivo por seis meses não tinham qualquer influência sobre o desenvolvimento de asma nas crianças. Além disso, os autores encontraram, em 27% das crianças, sensibilização a espécies específicas de ácaros chamadas D. pteronyssinus, presentes na poeira de casa, mas sem associação à "chieira" persistente.

Fonte: 2010 Annual Meeting of the American Academy of Allergy, Asthma & Immunology. Press release. 27 de fevereiro de 2010.

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