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Aspirina pode reduzir recorrência do câncer de mama e mortes pela doença, diz estudo

18 de fevereiro de 2010 (Bibliomed). Tomar aspirina regularmente pode ajudar mulheres que sofreram câncer de mama a viver mais e sem retorno da doença, segundo estudo publicado esta semana no Journal of Clinical Oncology. Avaliando mais de 4 mil enfermeiras, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos EUA, descobriram que aquelas que tomavam aspirina tinham 50% menor risco de morrer de câncer de mama e 50% menos chances de sofrer disseminação da doença (metástase).

Os resultados da pesquisa mostraram que as mulheres que tomavam aspirina - usada principalmente para prevenir problemas cardiovasculares - de duas a cinco vezes por semana tinham 60% menos risco de metástase e 71% menos chances de estarem entre as 341 voluntárias que morreram em 30 anos de estudo. Seis a sete aspirinas semanais foram associadas a 43% menor risco de metástase e 64% menor risco de morte por câncer de mama.

De acordo com os pesquisadores, outras drogas da mesma classe da aspirina - conhecidas como drogas anti-inflamatórias não-esteroides - , incluindo ibuprofeno e naproxeno, mas não o paracetamol, aparentemente teriam os mesmos efeitos benéficos para mulheres com câncer de mama. Mas ainda não há dados suficientes para uma conclusão em relação a esses medicamentos.

"Este é o primeiro estudo a descobrir que a aspirina pode reduzir significativamente o risco de propagação do câncer e morte em mulheres tratadas contra o câncer de mama em fase inicial", destacou a pesquisadora Michelle Holmes, líder do estudo. "Se essas descobertas forem confirmadas em outros testes clínicos, tomar aspirina pode se tornar outra ferramenta simples, de baixo custo e relativamente segura para ajudar as mulheres com câncer de mama a ter uma vida mais longa e mais saudável", acrescentou a especialista.

Porém alguns especialistas argumentam que o estudo superestima os benefícios da aspirina, visto que mulheres com câncer de mama recorrente são aconselhadas a parar de tomar o medicamento - o que indica que as que tomam aspirina seriam mais saudáveis de qualquer forma. "Seria prematuro, para as sobreviventes do câncer de mama, o uso da aspirina com o objetivo de reduzir os riscos de recorrência do câncer de mama ou de morrer da doença", ponderou o pesquisador Eric Jacobs, da Sociedade Americana do Câncer. Além disso, ele destaca que esse medicamento pode causar efeitos colaterais como hemorragias estomacais, por isso, necessita de acompanhamento médico.

Fonte: Journal of Clinical Oncology. 16 de fevereiro de 2010.

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