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Viver Só Não Aumenta Risco de Morte por Doença Cardíaca

Por Peter Holfland

AMSTERDÃ (Reuters Health) - Estudos recentes sobre o impacto do isolamento social em pacientes com doenças cardíacas produziram resultados conflitantes e polêmicos, de acordo com um estudo apresentado no 22o. Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, em Amsterdã.

Em um estudo recente com 13.095 pacientes de vários países, conduzido por Conor O'Shea, do Centro Médico da Universidade Duke, na Carolina do Norte, e sua equipe, os pesquisadores descobriram que o prognóstico pobre de pacientes que viviam sozinhos quando tiveram um enfarte é explicado, em grande parte, pela idade avançada destas pessoas.

Em contraste a descobertas de pesquisas anteriores, este estudo demonstra que quanto mais velho for o paciente, maior é seus risco de mortalidade por doença cardíaca e que não há evidência de um risco de morte maior por cardiopatia em pacientes que vivem sozinhos.

O estudo de Universidade Duke, o maior feito até agora, utilizou modelos estatísticos que controlaram um número de variáveis como a pressão sanguínea, frequência cardíaca, localização anatômica do enfarte e idade. O estudo incluiu pacientes de nove países - Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Suécia, Polônia, Nova Zelândia e Itália.

Dos 13.095 pacientes analisados, 2.509 (19 por cento) indicaram que viviam sozinhos quando deram entrada no hospital. As descobertas do estudo revelaram que pacientes que viviam sozinhos eram significativamente mais velhos (69 contra 62 anos), menores, com menos peso e mais propensos a ser do sexo feminino (49 contra 23 por cento) do que pacientes que não moravam sozinhos.

A porcentagem de pacientes que viviam sozinhos variou substancialmente de um país para outro, indo de 8 por cento na Itália para 30 por cento na Suécia.

Na primeira análise, quando os grupos foram comparados, todos os resultados em pacientes que viviam sozinhos eram piores. O fato de morar sozinho imediatamente antes da hospitalização por enfarte agudo aumentou as taxas de morte de 30 dias e um ano de 6,5 para 9,9 por cento e de 7,4 para 10,9 por cento, respectivamente.

Após realizar outra análise dos dados e considerando adequadamente fatores conhecidos por estar associados ao aumento de mortalidade (incluindo idade avançada, insuficiência cardíaca mais grave, frequência cardíaca elevada e outros), os pesquisadores determinaram que o único fator significante em termos de risco de morte era a idade do paciente.

Muitos dos pacientes que viviam sozinhos também eram idosos e somente este tipo de análise pode separar os dois fatores, destacaram os pesquisadores.

"Este (estudo) traz boas notícias para pacientes que se preocupam com o fato de que morar sozinho aumenta seu risco de saúde. Ele pode ajudá-los a entender que o único fator de risco que encontramos - a idade - é algo que eles não podem controlar", disse O'Shea.

"Viver sozinho não é um fator de risco independente. É o perfil de idade avançada destes pacientes que é responsável por sua mortalidade elevada."

Sinopse preparada por Reuters Health

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