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Conviver com um fumante aumenta os riscos de morte, sugere estudo

23 de junho de 2010 (Bibliomed). Pessoas que convivem com fumantes podem ter maiores riscos de morte por problemas cardíacos. É o que sugere um recente estudo da University College London, no Reino Unido, mostrando que aqueles que “respiram mais a fumaça dos outros” têm duas vezes mais chances de morrer de doença cardíaca do que pessoas expostas a menores níveis de fumo passivo.

Acompanhando, por oito anos, 13 mil pessoas na Inglaterra e na Escócia, os pesquisadores descobriram que os não fumantes com maiores níveis de cotinina na saliva - indicador de tabagismo passivo - apresentavam maiores taxas de morte por problemas cardiovasculares do que aqueles menos expostos à fumaça do cigarro. No período estudado, 32 entre os 1500 participantes que nunca haviam fumado, mas eram expostos a altos níveis de fumo passivo morreram de doença cardíaca; e essa taxa foi de apenas 15 em 1000 não fumantes que apresentavam menor exposição à nicotina.

De acordo com os autores, altos níveis de exposição ao tabagismo passivo - como mostrado no estudo para uma a cada cinco pessoas - equivalem a viver com um fumante e ser exposto à fumaça quase diariamente. E os resultados indicaram que os participantes muito expostos - assim como os fumantes - seriam mais jovens, com maior probabilidade de ser do sexo masculino, pessoas com pior situação financeira e menos fisicamente ativas. Entretanto, os riscos de problemas cardíacos aumentavam com o fumo passivo independentemente desses fatores.

O estudo mostrou, ainda, que o fumo passivo pode aumentar os níveis de inflamação no organismo, que é um conhecido fator de risco para doença cardíaca. “Mesmo que os mecanismos biológicos não sejam totalmente entendidos ainda, há crescente evidência que indica que a exposição a partículas finas, como as da fumaça do cigarro, resulta em inflamação leve ou moderada”, disse o especialista Arden Pope, da Universidade Brigham Young, nos EUA, que não está envolvido com a pesquisa. “Há literatura bem substancial agora que indica que o tabagismo passivo está associado à doença cardiovascular. Este estudo certamente contribui para nosso conhecimento”.

Fonte: Journal of the American College of Cardiology. 21 de junho de 2010.

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