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Tecnologia do Incor Acelera Medicina à Distância no País

Por Alberto Alerigi Jr.

SÃO PAULO (Reuters) - Imagine se o médico do hospital próximo à sua casa lhe dá um diagnóstico que o deixa em dúvida e você pensa em pedir uma segunda opinião, mas o centro de referência mais próximo está a milhares de quilômetros de distância. Agora imagine fazer o exame no hospital, mas ter a possibilidade de consultar um especialista de um grande centro, mesmo distante.

Essa é uma das opções que se abrem aos pacientes com a união entre a Internet 2 (nome comercial para redes de alta velocidade usadas nos meios acadêmicos e científicos e governamentais) e a telemedicina, ou medicina à distância.

A tecnologia permite que vários tipos de exames, como ecocardiogramas, cateterismos, raios X, tomografias, entre outros, possam ser realizados em pequenos hospitais e os resultados terão a chance de chegar a um especialista de um grande centro de outra cidade ou até mesmo de outro país para ser analisados. Há possibilidades até para que o médico especialista fale com seu paciente por meio de teleconferências.

O exame é colhido da maneira tradicional e por meio de um computador os dados são compactados e transmitidos.

"Hoje em dia, 80 por cento dos casos que recebemos poderiam ser resolvidos na origem, sem a necessidade do deslocamento do paciente, através da aplicação da tecnologia de telemedicina", disse a cardiologista do Instituto do Coração de São Paulo (Incor), Elizabeth Kaiser. Ela participou de uma videoconferência na Comdex 2000, feira de informática e tecnologia voltada a empresas, realizada em São Paulo na semana passada.

Tadeu Portoloti de Oliveira, 15, vítima de uma insuficiência renal, foi um dos pacientes que testaram a tecnologia, disponível no estande do InCor na Comdex.

"Pelo que pudemos observar, a melhor opção (no caso de Oliveria) seria o tratamento clínico", disse o cardiologista do InCor Humberto Freitas, por meio de videoconferência, depois de receber os 50 megabytes do exame do jovem pela rede de alta velocidade.

Toda a tecnologia envolvida na telemedicina realizada pelo InCor foi desenvolvida pelo próprio centro hospitalar, que gastou 4 milhões de reais num projeto de dois anos.

A Internet 2 já interliga no Brasil o InCor, o Hospital São Paulo, a Universidade de São Paulo, a Unicamp, a Pontifícia Universidade Católica-SP e outras instituições do Estado. No futuro, a rede deve conectar centros de pesquisa de outras regiões do país.

De acordo com o diretor da Unidade de Sistemas do InCor, Humberto Tachinardi, o instituto já está discutindo a interligação com centros de referência dos EUA, como a Cleveland Clinic, Jonh Hopkins e a Mayo Clinic.

Com isso, as pesquisas do hospital poderão ser discutidas com cientistas norte-americanos de maneira mais barata e rápida. "Entre os estudos está a busca de novas drogas para tratamentos cardíacos e pulmonares, e também pesquisas sobre genoma e biologia molecular", disse Tachinardi.

Sinopse preparada por Reuters Health

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