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Homem Recebe Mais Transplante de Rim do que Mulher nos EUA

NOVA YORK (Reuters Health) - Entre pacientes que esperam por um rim é mais provável que os homens recebam o transplante. A informação é resultado do trabalho de pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá.

"Como a probabilidade de sobrevivência e a qualidade de vida são geralmente melhores com transplante do que com diálise, poderia parecer que está sendo negada às mulheres uma terapia superior para salvar a vida", escreveu Douglas E. Schaubel, da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, junto com seus colegas canadenses.

Usando dados de uma rede nacional de registro de falência de órgãos no Canadá, a equipe verificou que entre 33 mil pacientes de diálise sob terapia de recuperação renal, os homens foram 20 por cento mais suscetíveis a receber o transplante que as mulheres, depois de ajustar os fatores médicos e sociais relacionados a adequação do transplante.

Os pesquisadores estimam que 588 mulheres que morreram enquanto faziam diálise, provavelmente estariam vivas no final do estudo se tivessem sido consideradas com igualdade para transplante renal.

Os autores relataram que a discrepância entre os sexos aumentou com a idade e diferenças significativas existiram entre raças.

As mulheres negras, indianas e indígenas norte-americanas foram menos suscetíveis a receber o transplante que mulheres brancas ou de outras origens asiáticas.

Embora as estatísticas no estudo refletem uma incidência mais alta de falência renal entre homens, os pesquisadores admitiram, um propensão sexual entre clínicos que pode também ter uma importante função para definir quem recebe os transplantes.

O relato refere outro estudo realizado nos EUA mostrando que as mulheres foram 70 por cento menos propensas a receber transplantes.

Os pesquisadores especulam que os métodos para reembolsar o seguro-saúde no país possa colocar as mulheres em uma desvantagem maior para receber transplantes, já que tendem a não ter cobertura de seguro suplementar ou plano de seguro através do empregador.

A variação dramática pode simplesmente refletir a diferença no acesso aos cuidados de saúde nos EUA e Canadá onde, pelo menos em teoria, todos têm maior acesso a serviços médicos.

Além da raça, tendência econômica e clínica, outros fatores podem explicar as diferenças. Por exemplo, o sistema imunológico feminino é mais propenso a rejeitar os rins do doador e as mulheres podem não estar dispostas a resistir aos efeitos associados às rejeições do sistema de defesa.

Inibições culturais também podem fazer as mulheres menos suscetíveis a aceitar doações de rim de membros da família. Os homens, por outro lado, podem simplesmente ser menos dispostos que as mulheres a resistir à inconveniência da diálise.

Conforme os autores, as razões para a aparente desigualdade entre os gêneros sugerem que as diferenças exigem mais estudos.

"Se a tendência sexual nas taxas de transplantes renais é existente ou não, é deliberada ou não, a desigualdade com respeito a terapia dispensada é evidente e justifica mais investigações e possível intervenção", concluíram Schaubel e seus colegas.

Sinopse preparada por Reuters Health

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