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Questões de saúde pública em Cuba não podem ser tratadas simplesmente como ferramentas de disputa política

14 de setembro de 2004 (Bibliomed). Em artigo publicado no periódico The Lancet, Richard Garfield comenta sobre os impactos na saúde das relações dos Estados Unidos com Cuba. Segundo o autor, a disputa de 41 anos entre Cuba e Estados Unidos tem se intensificado, e as restrições das viagens e do envio de recursos para Cuba aumentaram. A corporação Chiron foi penalizada pelo envio de cinco vacinas para a UNICEF de Cuba, ao invés de uma vacina que havia sido autorizada, e recebeu a segunda maior penalidade civil de toda a história.

Na época havia 21 indivíduos do Office of Foreign Asset Control ocupados com Cuba e apenas quatro à procura dos fundos de Osama Bin Laden e Saddam Hussein. Em 16 de Janeiro, a Universidade de Miami e a US Agency for International Development realizaram um seminário para debater o auxílio humanitário para a Cuba em transição, mas foi considerado que a assistência proposta poderia desestabilizar o regime pós-Castro pelo desrespeito à soberania dos cubanos através de decisões sobre seu futuro.

O autor do artigo revela preocupação em relação à desestruturação política de Cuba, que reduzirá a capacidade de controle sobre o sistema de saúde público e sugere que as questões sobre o país sejam discutidas com seriedade e não se tornem ferramentas de disputa política. Tendo em vista o exemplo de três drogas para tratamento do câncer que foram desenvolvidas em Havana e cuja produção foi autorizada nos Estados Unidos, não há motivos para dizer que a mesma atitude humanitária não pode ser utilizada para melhorar a saúde pública em Cuba.

Fonte: The Lancet Volume 364, Issue 9438, Page 1007 - September 11, 2004.

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