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Fumo Mata 625 Mil Pessoas por Ano nas Américas, diz Opas

Por Charnicia E. Huggins

NOVA YORK (Reuters Health) - Pelo menos 625 mil pessoas morrem a cada ano nas Américas pelo uso do tabaco, que parece estar aumentando na maioria dos países da região, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Ao mesmo tempo, a Opas pediu aos governos um controle estrito sobre as vendas de fumo para ajudar a reverter a tendência de crescimento.

"O fumo nas Américas e em muitos países em desenvolvimento está crescendo e podemos estar certos que a quantidade de doenças decorrentes do tabaco vai aumentar - particularmente doenças cardíacas e câncer", disse David Brandling-Bennett, vice-diretor da Opas, que funciona como uma representação regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Bennett responsabilizou o aumento do uso do tabaco a uma imitação da cultura desenvolvida ocidental associada ao fumo por várias razões.

"A indústria do tabaco está fazendo um esforço positivo para aumentar as taxas de fumo porque percebe que o mercado futuro está sendo limitado - certamente na América do Norte e provavelmente na Europa também. Está tendo que procurar novos mercados e, infelizmente, aparentemente com sucesso", disse Bennett.

Para Heather Selin, conselheira para controle de tabaco da Opas, os esforços para conter o uso do tabaco até agora têm sido 'insuficientes ou antiquados'.

Durante uma apresentação na recente Conferência Mundial sobre Tabaco ou Saúde ela admitiu, no entanto, que há alguns sinais que dão esperanças.

Por exemplo, o maior interesse dos governos em melhorar a legislação para tabaco e exposição da indústria do fumo por sua estratégia de minar esforços da saúde pública.

Selin apontou ainda que a Opas está empenhada em atividades para aumentar a vigilância e pesquisa sobre o uso do tabaco e o peso da doenças que o fumo causa nas Américas.

"O que precisa ser feito é os governos implementarem as recomendações do relatório do Banco Mundial que divulgamos ano passado", disse Selin à Reuters Health.

Na opinião da consultora, o aumento dos impostos sobre o tabaco é a forma mais efetiva de reduzir o uso.

Ela também nota que uma publicidade restritiva compreensível - tanto quanto os países puderem conseguir - também é efetiva assim como restringir o fumo nas casas e informar os consumidores com forte campanha de mídia, alertas visíveis e significativos nos pacotes de cigarro são efetivos.

Para Bennett, é importante evitar que as pessoas que não fumam se tornem consumidoras. Ele lembra que há evidências crescentes de sucesso maior em ajudar pessoas a parar de fumar, sendo muito importante continuar a fazer esforços de várias formas.

Segundo Bennett, é preciso aplicar medidas que desestimulem o fumo, especialmente no mundo em desenvolvimento, o que está em andamento agora. Isso, afirmou, inclui esforços para a realização de uma Convenção de Planejamento sobre Controle do Tabaco, que deverá ser feita pela OMS em 2003.

Sinopse preparada por Reuters Health

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