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Própolis é eficiente contra infecções hospitalares, constata estudo

02 de Junho de 2003 (Bibliomed). Em uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, a própolis mostrou-se eficiente no combate à ORSA (sigla em inglês para Staphylococcus aureus resistente ao antibiótico oxacilina), uma das mais comuns causadoras de infecção hospitalar. Para se ter uma idéia, até 1998 a bactéria resistente era responsável por 45% dos óbitos causados pelo Staphylococcus aureus registrados em Unidades de Terapias Intensivas (UTIs).

Segundo o estudo, o antibiótico oxacilina é mais eficiente quando em conjunto com a resina própolis. “O microrganismo possui elevada resistência aos antibióticos provocando infecções hospitalares. O uso da própolis mostrou-se muito ativo contra essa bactéria tornando possível novas opções terapêuticas”, explicou a biomédica Patrícia Laguna Miorin, autora da tese de mestrado “Composição química e atividade antibacteriana de Apis mellifera e Tetragonisca angustula contra ”Staphylococcus aureus”. A pesquisadora busca agora patentear sua descoberta, que torna possíveis novas opções terapêuticas no combate das infecções hospitalares.

Para o estudo, foram coletadas várias amostras de mel e própolis de diferentes localidades do País e, posteriormente, sujeitas à análise de sua composição química por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). “Trabalhamos com a própolis coletada em Minas Gerais e tipificada como BRP1 por apresentar maior quantidade de compostos bioativos, que seriam os responsáveis pela sua melhor eficácia contra a bactéria”, explicou. A BRP1 provém de colméias de espécies Apis mellifera (abelha africanizada) e Tetragonisca angustula (nativa, popularmente conhecida como Jataí).

O próximo passo para o estudo será separar cada composto bioativo e descobrir como eles interagem com o antibiótico oxacilina, comprovando sua eficácia no combate à bactéria. A biomédica conta que já quantificou esses compostos e que agora falta estudá-los separadamente para submetê-los a testes animais e, posteriormente, em humanos. Segundo Patrícia, a média do tempo entre pesquisas in vitro e sua aplicação é de dez anos, mas esse período pode ser menor no caso do combate a infecções hospitalares porque a própolis movimenta grande interesse financeiro.

A própolis é um produto de origem vegetal, em que a abelha coleta resinas de tronco de árvores como abacateiro, eucalipto e pinheiro. A resina de própolis já era utilizada como cicatrizante e antiinflamatória pela medicina popular desde os tempos da Grécia Antiga. Em 1999, a resina mostrou-se ativa no combate ao Bacilo de Koch, bactéria causadora da tuberculose e, em 2001, contra o protozoário Trypanossoma cruzi, responsável pela Doença de Chagas.

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