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Família de pacientes psiquiátricos vão receber bolsa para dar fim à vida hospitalar

03 de Junho de 2002 (Bibliomed). Uma mudança gradativa, mas definitiva, poderá marcar a vida de pacientes psiquiátricos cariocas que ficaram confinados por anos seguidos em hospitais.

A prefeitura do Rio de Janeiro (RJ) está incentivando a desospitalização dos pacientes portadores de sofrimento mental ao oferecer suporte financeiro e apoio psicológico às famílias para que tentem cuidar dessas pessoas dentro de casa.

Foi criada uma bolsa equivalente a 160 dólares (cerca de R$ 400) por mês que será entregue aos familiares de pessoas internadas em hospitais psiquiátricos do Rio de Janeiro, caso haja possibilidade de tratamento residencial. A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde. O programa de desospitalização carioca tem o objetivo de evitar a permanência de pacientes que estão em condições de alta hospitalar, mas que continuam internados por dificuldade financeira da família.

Há, atualmente, cerca de três mil portadores de sofrimento mental internados por anos consecutivos em hospitais psiquiátricos públicos da capital carioca. Grande parte estaria em condições de deixar o ambiente hospitalar. Nos próximos sete meses, a Secretaria Municipal de Saúde pretende acompanhar a alta hospitalar de pelo menos 250 dessas pessoas. Alguns pré-requisitos devem ser preenchidos para o recebimento da bolsa. O portador de sofrimento mental deve estar internado há mais de três anos. Os pacientes deverão ser consultados sobre a vontade de voltar a morar com os parentes.

O coordenador do Programa de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, Hugo Fagundes, informou que outras pessoas que não sejam parentes próximos poderão também ser contempladas com a bolsa ao se responsabilizarem pelo acolhimento e acompanhamento de um paciente. Isso ocorreria somente após aprovação da comissão técnica responsável pelo programa. Os pacientes serão acompanhados pelos profissionais de saúde mental durante o processo de mudança.

Projeto parecido foi adotado na capital mineira há cerca de um ano. Todos os pacientes passíveis de alta hospitalar foram cadastrados e suas famílias (quando ainda havia referência familiar) foram localizadas. Uma fase intermediária foi criada para que os portadores de sofrimento mental se adequassem novamente a uma vida doméstica, sendo criados para isso lares-abrigados ou casas temporárias.

A família que recebe a bolsa tem a responsabilidade de levar o paciente regularmente ao centro de saúde de referência e administrar os medicamentos prescritos. Somente assim a bolsa é renovada periodicamente.

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