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Os primeiros vinte anos de vida são cruciais no risco de câncer

20 de Maio de 2002 (Bibliomed). O estilo de vida adotado durante os primeiros vinte anos de vida parece ser crucial na chance de se desenvolver câncer durante a idade adulta, causando influência mais importante que a genética, segundo mostra um estudo feito na Suécia.

O estudo foi feito a partir de um banco de dados, que continha informações sobre a ocorrência de câncer de todos os imigrantes e nativos do país, em sua primeira e segunda geração. Os resultados foram publicados em uma revista médica chamada International Journal of Cancer.

Os pesquisadores, que observaram o risco de desenvolvimento de câncer de aproximadamente 600.000 imigrantes que chegaram à Suécia quando tinham por volta de 20 anos, encontraram que o risco de desenvolver a doença e os tipos de câncer a que estavam sujeitos seguiam padrões semelhantes aos encontrados em suas nações de origem, mas os filhos destes imigrantes, já nascidos na Suécia, apresentavam um perfil de risco diferente de seus pais e que era semelhante à incidência observada nos suecos nativos, segundo dados observados de aproximadamente 600.000 descendentes de imigrantes nascidos na Suécia. Os imigrantes eram originários principalmente da Europa e da América do Norte.

Entre os países existem diferenças claras entre os riscos de câncer, o suficiente para serem vistas em um estudo como este. Mas os resultados mostram que estas diferenças desaparecem em apenas uma geração, de forma que o ambiente parece ser um fator significativo na origem da doença, além de estilos de vida influenciados pela comunidade onde vivem.

Por exemplo, os pesquisadores observaram uma diminuição nos riscos de câncer de pulmão entre a segunda geração de imigrantes. Provavelmente devido ao fato de os suecos tenderem a fumar menos do que indivíduos de outros países. Assim, os filhos de imigrantes tendem a acompanhar os hábitos de sua terra natal, no caso a Suécia.

Outro câncer cujo risco se mostrou muito diferente entre os imigrantes e sua prole nascida na Suécia foi o câncer de estômago, sendo que os nascidos na Suécia apresentavam risco muito menor de desenvolver a doença. Possíveis explicações para tal podem estar ligadas a hábitos alimentares, deficiências de vitaminas e uso de sal.

Outra diferença curiosa foi vista com relação ao risco de ocorrência de câncer de pele. Filhos de imigrantes de pele mais escura que a pele dos suecos apresentavam risco de desenvolvimento de câncer de pele semelhante ao observado em suecos nativos loiros, e este risco era muito maior do que o observado nos pais dos imigrantes. Tal fato pode ser devido a estilos semelhantes de banhos de sol entre os jovens, independente da origem destes.

Estas informações nos confirmam o que o senso comum e outros estudos já afirmavam: nunca é cedo para se preocupar com a saúde. Os jovens devem estar atentos à suas condutas, que podem ser cruciais para o desenvolvimento de uma vida saudável ou não durante a idade adulta e velhice.

Tabagismo, etilismo, abuso do sol, sedentarismo, hábitos alimentares pouco saudáveis irão cobrar seu tributo mais tarde na vida, e as conseqüências podem ser muito graves. A adoção de um estilo de vida mais saudável pode, segundo o estudo acima, ser mais forte mesmo que as influências genéticas, mostrando que atitudes simples podem apresentar efeito protetor considerável em termos de saúde. Campanhas de preservação da saúde e de eliminação de fatores de risco devem ser direcionadas para este público, que tem chance de evitar a ocorrência de várias doenças pela mudança de hábitos de vida independente da história familiar.

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