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Brasil: Pesquisa Revela que Avaliação da Saúde é Considerada Positiva

O atendimento de saúde no Brasil foi considerado bom ou muito bom por 86,2% dos entrevistados para o estudo Acesso e Utilização de Serviços de Saúde, suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 1998.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio com o Ministério da Saúde, realizou o levantamento em setembro de 1998. Apenas 2,4% dos entrevistados classificaram o atendimento como ruim ou muito ruim. Das 112,6 milhões de pessoas (71,2% da população brasileira) que usam regularmente os serviços, 42% delas vão aos postos e centros de saúde. “Essa pesquisa dá um mapa muito importante para a orientação de políticas de saúde no Brasil”, disse o ministro José Serra.

Esse procedimento corresponde às expectativas do governo federal. O Ministério da Saúde estimula o atendimento nos postos como forma de prevenção de doenças mais graves. As conseqüências imediatas são o acompanhamento médico do paciente e o descongestionamento dos hospitais.

A demanda por esse serviço vai diminuindo à medida que aumenta a renda familiar mensal. Cerca de 55% da população com renda média de até dois salários mínimos declarou, na pesquisa, procurar os postos ou centros de saúde. Isso prova que o SUS vem cumprindo seu papel, ou seja, atende às necessidades das pessoas que mais precisam do serviço.

A população idosa com maior poder aquisitivo é a mais assídua nos consultórios particulares. Já a população de 19 a 39 anos, bem como a que possui renda de até um salário mínimo, vai com mais freqüência às farmácias. De 86,5 milhões de pessoas, os grupos que mais recorreram aos médicos foram: mulheres (62,3%), crianças menores de quatro anos (68,4%) e maiores de 65 anos (73,2%).

Índices

A pesquisa contém também índices de satisfação da população referentes à própria saúde. De uma população de 158,2 milhões de brasileiros, estimada pela PNAD em 1998, 79,1% avaliaram seu estado de saúde como bom ou muito bom e apenas 3,6% o consideraram ruim ou muito ruim.

O índice de satisfação em relação à saúde é idêntico entre homens e mulheres até os 14 anos de idade (92,0%). Mas, a partir daí, quando começa a idade reprodutiva, a mulher apresenta índices bem menores de satisfação do que os do homem, tanto na zona rural como na urbana.

Apesar de índices elevados de satisfação, os brasileiros têm, em média, 10 dias por ano de interrupção em suas atividades habituais por motivos de saúde. Além disso, cerca de 31,6% da população relatou ser portadora de doença crônica.

Internações

Das 20,5 milhões de pessoas que procuraram assistência médica nos 15 dias anteriores à pesquisa, 98% foram atendidas. Desse total, 35,8% utilizaram o plano de saúde para o pagamento do atendimento recebido, mas a maioria (49,3%) utilizou os serviços do SUS. Apenas 15,8% delas pagaram diretamente pela assistência.

Cerca de 11 milhões de pessoas tiveram uma ou mais internações no ano que antecedeu a entrevista, numa média de 6,9 internações por 100 habitantes. Entre as mulheres, o número foi de 8,7 por 100 habitantes e entre os homens, 5,1 por 100. Já nos idosos, a proporção foi de 14,8 casos por 100.

A pesquisa registrou 8,7 internações por 100 habitantes entre pessoas com menor renda familiar (até um salário mínimo). Já a população com renda acima de 20 salários mínimos apresentou o índice de 6,1 internações por 100. Ao considerar apenas a última internação ocorrida no ano da pesquisa, 63,1% dos pacientes foram atendidos no SUS. Desse total, 6,3% declararam ter plano de saúde e 5,2% afirmaram ter pago algum dinheiro por esse serviço.

Planos de Saúde

Um quarto da população brasileira, o equivalente a 38,7 milhões de pessoas, tem planos de saúde. Dessa parcela, 75% têm planos de saúde privados, enquanto os 25% restantes estão vinculados a planos de assistência ao servidor público (civil ou militar), todos com uma cobertura expressivamente maior nas áreas urbanas do que nas rurais.

O Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vem cadastrando e regulamentando todos os planos oferecidos, com a finalidade de proteger os segurados e garantir o cumprimento dos serviços contratados.

A cobertura dos planos é maior entre as pessoas que julgam bom e muito bom (25,9%) o seu estado de saúde. Quando essa avaliação piora, a cobertura é menor. Por exemplo, entre os que consideram seu estado ruim ou muito ruim, a cobertura é de 14,5%. Quando relacionado à renda familiar, a taxa de cobertura dos planos é de 2,6% nas classes que ganham menos de um salário mínimo. Esse índice cresce progressivamente à medida que aumenta o poder aquisitivo da população, até chegar a 76% de assistência entre os que ganham 20 ou mais salários.

A PNAD aborda temas de interesse de diversas áreas governamentais, como saúde, educação, previdência social e trabalho. Os resultados da pesquisa serão úteis para a avaliação e reforço ou redirecionamento das políticas nacionais que vêm sendo implementadas pelo ministério.

Atenção especial será dada à regulação de planos e seguros de saúde e à política de medicamentos, além da organização de redes de serviços de assistência à saúde.

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