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Italiana engravida para salvar filho doente

Belo Horizonte, 21 de Novembro de 2001 (Bibliomed). Um casal italiano adotou uma medida nada convencional para amenizar o sofrimento do filho. Portador de uma grave deficiência no sangue, o garoto foi salvo pelas células presentes na placenta de sua mãe, que engravidou especialmente para tentar curá-lo. A iniciativa foi divulgada no início deste mês por um hospital de Pavia, no centro da Itália.

Na verdade, as células da placenta foram congeladas pouco depois do parto numa clínica em Palermo, em julho do ano passado. Mais de um ano depois – em agosto de 2001 – as células foram transplantadas por uma equipe médica. Esta foi a primeira intervenção deste tipo feita na Itália.

A gravidez e o novo filho não eram uma garantia de que o garoto de cinco anos, que não teve o nome revelado, seria salvo. O risco – que os pais decidiram correr – era de que o bebê nascesse com a mesma doença grave do filho mais velho: uma anemia causada pela absorção de ferro. Outro impedimento seria que as células da placenta não fossem compatíveis para o transplante.

Segundo os médicos do hospital San Mateo de Pavia, onde a intervenção foi feita, os resultados foram positivos e acabaram com o sofrimento do filho mais velho do casal siciliano. Com o transplante de células, o garoto está apresentando melhoras progressivas.

A anemia exigia que o garoto fosse submetido a transfusões de sangue a cada 15 dias. Há anos ele aguardava um doador compatível, sem ter êxito. Uma das decisões do casal foi a de não adotar a controvertida técnica de seleção genética, usada em outubro do ano passado nos Estados Unidos.

Pela técnica, a fecundação é feita in vitro, permitindo que seja escolhido um embrião compatível com o paciente enfermo que aguarda o doador.

Como o resultado do transplante foi positivo, os especialistas decidiram divulgar a intervenção. Os médicos acreditam que o sucesso do transplante abre caminho para novas pesquisas nesse campo.

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