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Leishmaniose visceral faz vítimas em município paulista

Belo Horizonte, 04 de Outubro de 2001 (Bibliomed). O município de Araçatuba, em São Paulo, não está conseguindo controlar o aumento de casos de leishmaniose visceral. Na semana passada, a doença foi diagnosticada em um bebê de cinco meses, que ficou internado na Santa Casa local.

Desde o início do ano, 15 casos da doença já foram registrados no município, que fica a 545 quilômetros da capital. Desde o reaparecimento da doença, em 1999, 42 pessoas já foram contaminadas. Três morreram.

Os primeiros casos surgiram em um período em que o serviço de coleta de lixo era terceirizado e passava por um colapso pela falta de pagamento por parte da administração municipal. Lotes vagos, ruas da periferia e estradas rurais viraram depósitos a céu aberto, criando o ambiente propício para a proliferação do mosquito Lutzomya longipalpis, também chamado de mosquito palha, asa dura ou birigüi.

O mosquito carrega o protozoário leishmania e contamina os cães depois de picá-los. A doença é transmitida ao homem pelos cães infectados. Desde o início deste ano, 400 cães contaminados já foram sacrificados. No entanto, o número de animais infectados pode ser bem maior. O Instituto Adolfo Lutz tem ainda mais de 4 mil amostras de sangue para analisar.

Uma das medidas do Centro de Controle de Zoonoses é diminuir a população canina. Atualmente, Araçatuba tem 35 mil cães ou dois animais para cada 10 habitantes. O índice é o dobro do considerado normal pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O serviço de zoonoses intensificou a captura de animais sem dono. A intenção é de que três carrocinhas façam o recolhimento dos cães.

Outra providência deve ser um acordo entre o Centro de Zoonoses e a faculdade local de medicina veterinária, mantida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), que vai castrar os animais capturados. Segundo os médicos, o bebê que teve a doença diagnosticada não corre risco de morrer, pois o diagnóstico foi precoce.

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