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São Paulo, 12 de abril de 2001 (eHealthLA).
A leishmaniose visceral, doença parasitária em expansão geográfica no país, é cada vez mais comum nos municípios mineiros. Este ano, um paciente já morreu em Belo Horizonte.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em Nova Lima, Sabará, Vespasiano, Santa Luzia, Ibirité, Ribeirão das Neves, Contagem e Betim a prevalência de cães com exames positivos é grande. O Ministério recomenda, nestes casos, que o animal seja sacrificado. No último ano, morreram dez pessoas no estado.
Contaminação
A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa causada por um parasita protozoário do gênero Leishmania chagasi. É transmitida para o hospedeiro através de um inseto do gênero lutzomyia comumente conhecido como "flebótomo" e popularmente por mosquito branco, asa branca e outros.
O inseto é muito pequeno, quase invisível (2 a 3 mm) e de cor amarelada. Os flebótomos são infectados ao sugarem o sangue de um animal contaminado com o Leishmania. O parasita se multiplica no interior do intestino do inseto e posteriormente ao picar um animal sadio, transmite juntamente com a saliva tal parasita, contaminando-o.
O reservatório normalmente é o cão. Depois de picar o cão doente, o mosquito transmite a leishmaniose ao homem. Em algumas cidades, o controle do mosquito flebótomo (o transmissor) e a identificação dos cães contaminados são desafios.
Expansão
Segundo a veterinária Simone Resende, da Coordenação de Zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a doença está em expansão na região há oito anos. Em 1992, 96 casos foram registrados em 22 municípios. No ano passado, foram 205 em 49 cidades.
O controle do mosquito flebótomo é complicado, já que o inseto é pequeno e se adapta bem a qualquer ambiente. “Também faltam informações científicas. Até hoje, não há dados sobre o local escolhido para que as fêmeas do mosquito coloquem seus ovos”, diz a especialista.
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