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Vaticano contrário à clonagem de embriões humanos

Belo Horizonte, 15 de Agosto de 2001 (Bibliomed). O Vaticano expressou, na semana passada, total reprovação aos planos dos cientistas italianos Severino Antinori e do grego Panayotis Zavos de iniciar o processo de clonagem em humanos em novembro.

O cardeal Joseph Ratzinger, chefe do Departamento Doutrinal do Vaticano, comparou a tentativa dos médicos geneticistas de clonar embriões ao massacre a judeus liderado por Hitler.

“De certo modo, Hitler também esteve à frente de seu tempo”, disse. Joseph Ratzinger, um alemão que viveu a Segunda Guerra Mundial quando adolescente, disse ser “assustador” alguns dos países que derrotaram Hitler estarem apoiando as práticas científicas "anti-humanas".

As declarações do Vaticano foram firmes. O vice-presidente da Academia Pontifícia pela Vida do Vaticano e conselheiro do papa João Paulo II, Elio Sgreccia, chegou a dizer que o valor de um homem não é o mesmo de um rato. "Os humanos têm uma dignidade que transcende o tempo. A clonagem é imoral.

Alguém disse que é a pior manifestação da submissão humana e concordo com isso", afirmou. Sgreccia teme que as técnicas usadas em animais representem grandes riscos, se utilizadas em humanos – um temor de diversos cientistas contrários à clonagem humana.

Os médicos Antinori e Zavos reafirmaram, em Washington, a uma comissão da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos a intenção de tentar clonar bebês para casais estéreis. A Academia decidiu elaborar um relatório para que os EUA imponham moratória à clonagem de embriões humanos. O relatório deve ser divulgado no final de setembro.

A reação negativa se deu também entre alemães e franceses. Os países solicitaram à Organizações das Nações Unidas (ONU) que inicie uma discussão para que se crie uma legislação internacional proibindo a clonagem de seres humanos. Os dois governos querem que o tema seja incluído na pauta da próxima Assembléia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro.

A Unesco e a Organização Mundial da Saúde, agências da ONU para educação e ciência, já aprovaram resoluções internacionais estabelecendo limites para a prática da clonagem. Os mecanismos, entretanto, não têm força legal para aplicação imediata.

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