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Belo Horizonte, 28 de Novembro de 2001 (Bibliomed). Depois que a empresa norte-americana Advanced Cell Technology anunciou, no último domingo, ter realizado a clonagem de embriões humanos, cientistas e governos de todo o mundo se manifestaram contrários à experiência, embora a empresa garanta que não irá permitir o nascimento de bebês clonados. Os embriões obtidos por clonagem foram usados no estudo das células-tronco, que podem originar qualquer tecido ou órgão.
Além das críticas, não faltaram articulações políticas e pedidos de cautela. Nos Estados Unidos por exemplo, além de solicitar ao Congresso que vote rapidamente a proibição de qualquer experiência relacionada à clonagem humana, o presidente George W. Bush classificou a experiência da Advanced de “moralmente equivocada”.
Ele afirmou que criar um embrião para extrair células matrizes e deixar morrer o embrião é uma política ruim e nada ética. O presidente espera que o Senado se pronuncie sobre o projeto de lei da Câmara dos Representantes relacionado ao assunto, para que possa proibir esse tipo de procedimento.
Em agosto, Bush já havia anunciado severas restrições à utilização de fundos federais para financiar a pesquisa sobre células embrionárias, limitando a investigação ao material genético já existente. Naquela ocasião, o presidente norte-americano havia se manifestado contrário à clonagem humana.
O Vaticano também condenou as experiências e expressou sua preocupação. O cardeal Tarcísio Bertone afirmou que, se realmente aconteceu uma clonagem humana, o fato deve ser condenado. Segundo ele, um embrião não pode ser criado para depois ser destruído em laboratório.
A Comissão Européia também afirmou que é contra a clonagem humana e que não vai financiar pesquisas nesse sentido.
No Brasil, a clonagem humana é proibida e pode até levar à reclusão em penitenciárias. Uma lei criada pela Comissão Técnica de Biossegurança proíbe qualquer experiência desse tipo. Entretanto, também existe um projeto que tramita no Congresso Nacional e que permite a clonagem de embriões para fins terapêuticos.
Os cientistas brasileiros condenaram o rápido avanço das pesquisas sobre clonagem de embriões humanos sem um aprofundamento das questões éticas. Entretanto, esses mesmos cientistas aprovam a chamada clonagem terapêutica para a reprodução de órgãos e tratamento de doenças incuráveis.
Em Roma, o ginecologista Severino Antinori, que anunciou em agosto passado a clonagem de seres humanos para o final deste ano, disse que se sente o verdadeiro “pai” da experiência e que só não realizou o feito primeiro porque a experiência foi proibida no seu país.
O cientista que possibilitou a mulheres já na menopausa se tornarem mães, disse que continuará a trabalhar para conseguir a clonagem de bebês com fins reprodutivos e beneficiar milhares de casais vítimas da infertilidade.
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