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Cuidados com a radiação dos celulares

São Paulo, 27 de Junho de 2001 (eHealthLA). Afinal, o telefone celular faz mal à saúde ? Para Vitor Baranauskas, professor de engenharia elétrica e computação da Unicamp, faz. Autor do livro “O celular e seus riscos”, ele aponta riscos de câncer, tumores benignos e cataratas.

Oficialmente, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não se pronuncia sobre esta questão, mas determinou que todos os aparelhos de telefonia celular, a partir de então, deverão atender à Taxa de Absorção Específica para exposição humana de 2 watts por quilograma de peso.

Segundo a Anatel, a definição segue as diretrizes para exposição humana a campos eletromagnéticos de radiofreqüência, estabelecidos pela Comissão Internacional para Proteção contra Radiações Não Ionizantes (ICNIRP), uma organização não-governamental vinculada à Organização Mundial de Saúde (OMS).

Assim, os novos aparelhos terão de se submeter a testes e para aqueles já certificados, a Anatel informa que a resolução estabelece um prazo de 90 dias para que os fabricantes comprovem o atendimento aos limites dessa Taxa de Absorção.

ENTENDIMENTO – Há exatamente um ano, a Cellular Telecommunications Industry Association's (CTIA) promoveu novos certificados de todos os aparelhos celulares disponíveis no mercado, contendo informações de fácil entendimento sobre os níveis de radiação ou Specific Absorption Rates (SAR).

Hoje, antes do usuário adquirir o aparelho poderá consultar uma lista dos equipamentos e seus níveis de radiação. Os telefones móveis disponíveis no mercado possuem uma certa quantidade de radiofreqüência (RF), e essa energia é absorvida por nossos corpos.

À medida em que os telefones celulares passam, adquirem a certificação do FCC, enquadrando-se no limite máximo de radiação, de 2 W/kg (watts por kilograma).

CATARATA - O telefone celular, uma das mais bem-sucedidas invenções tecnológicas, com centenas de milhões de unidades vendidas no mundo, está na berlinda. Há quem defenda a tese de que o equipamento pode trazer riscos à saúde do ser humano.

Um dos fazem coro à avaliação é Vitor Baranauskas, professor de engenharia elétrica e computação da Unicamp, que lança neste mês o livro O celular e seus riscos.

Entre as doenças que o estudioso aponta estão diferentes tipos de câncer, tumores benignos e cataratas, principalmente quando o sistema imunológico do usuário está debilitado.

Baranauskas, que participa da Sociedade Brasileira de Microondas e faz parte de uma comissão que tenta fazer com que o governo e as entidades responsáveis como a Anatel mobilizem-se sobre a questão, é enfático ao explicar que toda a nova tecnologia introduzida na sociedade sempre traz benefícios e riscos ao mesmo tempo.

Com o celular essa realidade não é diferente, trata-se de um novo tipo de tecnologia que aumenta a comunicação entre as pessoas e oferece a possibilidade de mobilidade. Em contrapartida é um equipamento de radiação eletromagnética.

"Sabe-se há muito tempo que a radiação está relacionada aos efeitos biológicos e fisiológicos. Não estamos falando de fantasmas. Tudo está relacionado à ciência. Trata-se do princípio básico de efeito e causa", diz o professor Vitor Baranauskas, da cadeira de Engenharia Elétrica e Computação da Universidade de Campinas.

De acordo com o professor, bastam 28 segundos para que um ratinho em contato com um telefone celular ligado entre em colapso cerebral. “O rato pode sofrer uma parada respiratória conseqüente das correntes geradas pelas ondas eletromagnéticas do aparelho”.

Segundo Baranauskas, a indústria de telefonia celular diz que o cérebro do rato não pode ser comparado ao do ser humano, pois este pesa de três a quatro quilos, enquanto o do rato pesa cerca de 100 gramas.

Ele rebate esse conceito e afirma que o cérebro humano é muito complexo e não se pode tratar de maneira tão simplista. Existem órgãos que absorvem muito mais radiação eletromagnética do que outros, por exemplo, a córnea.

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