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Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomelite começa dia 09

São Paulo, 06 de Junho de 2001 (eHealthLA). Neste próximo sábado, dia 9 de junho, das 8h às 17h, acontece mais uma campanha nacional de vacinação contra a Poliomelite, com o objetivo de vacinar indiscriminadamente todas as crianças de zero a cinco anos incompletos.

No Estado de São Paulo (ESP), a Campanha é operacionalizada através das Unidades de Saúde da rede pública, pelos municípios, com coordenação do Centro de Vigilância Epidepiológica, da Secretaria de Estado da Saúde e das 24 Direções Regionais de Saúde (DIRs) do Estado.

Somente no ESP, 11.800 postos de vacinação ficarão disponíveis. Na capital são 650 postos, sendo na Grande São Paulo 1700.

Setenta mil profissionais estarão envolvidos na vacinação, contando com 4300 veículos automotivos e 11 barcos, que devem atender os locais de difícil acesso. Foram distribuídas 5 milhões de doses de vacina contra a poliomelite.

A vacina contra a poliomelite oral trivalente protege contra os três tipos de vírus e é administrada via oral, através de 2 gotinhas pingadas na boca da criança.

No ano passado foram vacinadas 3,3 milhões de crianças menores de 5 anos em cada fase. Estes números representam mais de 95 por cento das crianças nesta faixa etária, o que atingiria a meta definida pela Organização Panamericana de Saúde.

No entanto, ¼ dos municípios não atingiu estes índices em 2000. A intenção, este ano, é concentrar esforços para que o número de crianças descobertas se reduza.

Também haverá nos postos outras vacinas disponíveis, para aqueles que estiverem em atraso com seu calendário de vacinação. São elas a DTP (contra Coqueluxe, Difteria e Tétano), a Tríplice viral (contra o sarampo, a rubéola e a caxumba) e contra Hepatite B e hemófilo.

Poliomelite ou Paralisia Infantil

De acordo com informações prestadas por telefone pela Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Saúde, de São Paulo, “A poliomelite é uma doença infecciosa provocada por três poliovírus.

A maioria dos indivíduos infectados pelo vírus da poliomelite não apresenta paralisia, mas apenas sintomas leves que passam desapercebidos. Contudo, estes indivíduos assintomáticos disseminam o vírus através da contaminação fecal da água ou alimentos.

Entre os sintomas inclui-se febre, mal estar, dores musculares, distúrbios gastro-intestinais rigidez de nuca e paralisia dos membros inferiores. Entre as pessoas que desenvolvem a doença a maior parte permanece com um ou mais membros paralíticos e um pequeno número de casos evolui para a morte”.

O vírus causador da poliomelite é altamente contagioso e transmitido por contato com as fezes. Outras vias possíveis de transmissão, são a água, o leite e o alimento contaminado diretamente e por moscas. O período de incubação da doença chega a ser de 7 a 14 dias, quando é do tipo benigno, sem paralisia, e de 3 a 5 dias no caso da que causa a paralisia.

Brasil não registra casos desde 89

No Brasil a poliomelite está erradicada, com o registro dos últimos casos confirmados em 1989, nos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. Em São Paulo, o último caso foi registrado no município de Teodoro Sampaio.

Este fato, no entanto, não afasta a preocupação das autoridades sanitárias em prosseguir com o programa de vacinação, pois é preciso manter o risco desta doença tão danosa permanentemente afastado.

A decisão de erradicar globalmente a poliomelite foi tomada em 1988 pela Assembléia Mundial de Saúde e a meta era não ter mais nenhuma criança vítima deste mal até o ano 2000.

Embora a região das Américas e do Pacífico Ocidental já tenha recebido o Certificado de Erradicação da doença, a transmissão do poliovírus selvagem, agente da poliomelite, ainda continua ocorrendo na África, Mediterrâneo Ocidental e Sudeste Asiático.

Com a facilidade dos transportes aéreos, o risco de que ela seja novamente trazida para as Américas segue existindo, o que reforça a importância da vacinação.

Desde 1988 o número de casos confirmados mundialmente caiu de 7 mil para 2,8 mil casos, já constituindo uma grande vitória das campanhas de erradicação.

De acordo com a Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica Prof. Alexandre Vranjac da Coordenadoria dos Institutos de Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde, o surto mais recente do poliovírus vacinal tipo 1 ocorreu na República Dominicana e Haiti, onde foram confirmados 17 casos no mês de abril deste ano.

Entre 1988 e 1993 foram registrados 32 casos de paralisia associada ao poliovírus vacinal tipo 2, no Egito.

“Em ambas as situações, a circulação do vírus vacinal ocorreu em áreas de baixa cobertura vacinal, ressaltando a importância de alcançar elevadas coberturas para a prevenção tanto da transmissão do poliovírus selvagem quanto do polivírus vacinal.

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