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BRASIL: Pesquisa Revela que o Cérebro Também é Responsável pelo Acúmulo de Gordura

São Paulo, 22 de Fevereiro de 2001(eHealthLA). Pesquisadores afirmam que quanto maior o consumo de alimentos ricos em gordura, mais o cérebro exige esta ação. O estudo é da equipe de Sarah Leibowitz, da Universidade Rockefeller, em Nova York. Ela demonstrou que, quando mais de 30% da absorção diária de calorias corresponde a lipídios (moléculas de gordura), é disparado um mecanismo que faz o corpo acumular essa gordura, levando ao aumento de peso. E isso também faz com que o cérebro solte uma ordem exigindo o consumo de ainda mais gordura. O trabalho foi apresentado no seminário "Obesidade: Causas Múltiplas que Exigem Soluções Interdisciplinares", no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

Cérebro

Segundo a pesquisa, a gordura em excesso leva, por um lado, a um aumento na produção dos peptídeos presentes no cérebro que são sensíveis aos lipídios, e que mandam ordens para aumentar ou diminuir o consumo desse tipo de nutriente. Por outro lado, a gordura excessiva atrapalha o funcionamento do hormônio leptina, que existe justamente para controlar a atividade desses peptídeos. Sem o equilíbrio da leptina, que passa a ser produzida em menor quantidade, e com as altas taxas de gordura exigindo uma maior produção de peptídeos, o corpo passa a acumular peso. A equipe agora está se concentrando nos receptores dos peptídeos ligados à gordura no cérebro, para descobrir formas de bloqueio ou estímulo.

Obesidade

Dez por cento da população mundial é considerada obesa e por isso corre muito mais risco de vida. "A obesidade mata pelas complicações que desencadeia: diabete, infarto e derrame", diz José Antônio Marcondes, endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Reverter essa situação é um desafio. As pessoas ganham peso porque comem mal, ficam ansiosas e fazem menos exercício", completa.

Inclusive as autoridades começam a tomar algumas providências. Uma portaria do Ministério da Saúde foi criada na tentativa de reduzir as conseqüências do problema. Em 2001 os alimentos industrializados brasileiros terão de estampar em seus rótulos informações sobre a quantidade de caloria, de gordura e de colesterol, entre outros dados nutricionais.