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BRASIL: Novo Tratamento Pode Curar Diabéticos Insulino-Dependentes

São Paulo, 30 de Janeiro de 2001 (eHealthLA). Um novo tratamento para o diabetes, através do transplante de células no fígado dos pacientes, começou a ser testado na Grã-Bretanha.

O tratamento pretende acabar com a necessidade das injeções diárias de insulina, um problema para 130 milhões de diabéticos em todo o mundo. O tratamento já foi testado em 15 pacientes insulino-dependentes. Treze deles não precisam mais tomar insulina há dois anos. O custo total do experimento vai ser de cerca de 500 mil dólares.

Perigo oculto

As doenças cardiovasculares são as que mais matam no Brasil (cerca de 800 mortes por dia). Por trás delas, oculto nesses números, pode estar o diabete. Ao lado da hipertensão e do colesterol elevado, ele figura como um dos fatores que mais prejuízos trazem ao sistema cardíaco. Além disso, o diabete é a quinta causa de óbitos no país.

Segundo o endocrinologista Fadlo Fraige Filho, presidente da Federação Nacional das Associações de Diabéticos, pelos danos que provoca aos vasos sangüíneos, a enfermidade leva à cegueira, à insuficiência renal, ao infarto, ao derrame e, em muitos casos, à amputação de membros inferiores, principalmente dos pés. "Diabéticos têm de três a cinco vezes mais ataque do coração e derrame cerebral do que a média da população. Entre essas pessoas, 65% também sofrem de pressão alta", explica o médico.

A diabete é uma doença que impede o organismo de transformar a glicose do sangue em energia. Muitos diabéticos conseguem controlar a doença com dieta e exercícios, mas uma grande parte tem que recorrer às injeções de insulina.

Novo tratamento

Considerado um dos maiores avanços no combate à diabete em muitos anos, o transplante substitui as células do pâncreas de um doador saudável, para o fígado do diabético. Depois de duas aplicações, não é preciso mais nenhum tratamento, nem injeções de insulina. No entanto, o paciente precisa tomar, pelo resto da vida, um coquetel de medicamentos contra rejeição das células transplantadas.

Segundo James Shapiro, autor da descoberta, o tratamento não poderá ser aplicado a todos os diabéticos. Os benefícios vão ser maiores para os que têm a doença num estágio mais avançado ou para aqueles que entram com freqüência em comas diabéticos. Segundo ele será preciso colocar na balança, de um lado, os riscos dos medicamentos anti-rejeição, e de outro, os riscos a que estão submetidos os pacientes no seu dia-a-dia.

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