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Depressão e Pânico Podem Passar de Pais Para Filhos

05 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Os filhos de pais com síndrome de pânico e depressão grave estão sob risco maior de desenvolver os mesmos distúrbios que afligem seus pais -- mesmo em idades bastante jovens, de acordo com pesquisadores norte-americanos.

Outros estudos sugerem que esses distúrbios podem passar de pais para filhos, mas Joseph Biederman, do Hospital Geral de Massachusetts, e sua equipe queriam esclarecer os padrões de sua transmissão. Em particular, os cientistas queriam avaliar se uma "propensão a ansiedade" geral passava através de certas famílias ou se os distúrbios eram herdados mais especificamente.

No geral, "a síndrome de pânico parental e a depressão grave conferiram um risco significativo para a disfunção e o sofrimento emocional de seus filhos", afirmaram Biederman e sua equipe na edição de janeiro do American Journal of Psychiatry.

De acordo com o estudo com 380 crianças, os filhos de pais com síndrome de pânico apresentavam taxas mais altas do problema e alguns outros distúrbios de ansiedade do que crianças de pais sem distúrbios de ansiedade ou humor.

Os filhos de pais com pânico também tiveram uma taxa mais alta de agorafobia -- um distúrbio relacionado ao medo de locais públicos e espaços abertos -- do que crianças de famílias não-afetadas. Uma tendência similar foi observada em filhos de pais com síndrome de pânico e depressão grave.

As crianças cujos pais tinham depressão grave também apresentaram taxas mais altas do distúrbio. Essas crianças estavam nove vezes mais propensas a exibir depressão grave do que as de famílias sem o problema.

A fobia social também foi mais comum entre crianças cujos pais foram tratados para depressão grave e entre crianças cujos pais receberam tratamento para pânico e depressão grave do que entre famílias não-afetadas.

As descobertas dão "suporte combinado" à idéia de "propensão a ansiedade" geral passando através de famílias, destacaram os pesquisadores.

Biederman e sua equipe concluíram que outros estudos são necessários para determinar se os problemas dessas crianças "vão conferir vulnerabilidade futura", assim como para buscar os fatores que afetam a continuidade dos distúrbios na idade adulta.

"Acreditamos que esse conhecimento pode levar ao desenvolvimento de programas de intervenção preventivos e precoces voltados a crianças sob risco", disse Biederman à Reuters Health.

"Acreditamos que essa informação será útil a médicos que tratam adultos com esses distúrbios, àqueles tratando crianças com problemas comportamentais e emocionais, a pediatras e clínicos gerais interagindo com crianças em crescimento e seus pais, assim como aos próprios pais afetados e a autoridades de saúde pública", acrescentou Biederman.

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