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Brasil: Casos de Morte por Tuberculose Aumentam 55% em São Paulo

São Paulo, 11 de Dezembro de 2000(eHLA). As mortes por tuberculose na cidade de São Paulo aumentaram 55,33% entre 85 e 99, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. No município e no interior do Estado, o pico dos óbitos concentrou-se no período de 85 a 95. Especialistas explicam que a subnutrição e as más condições de moradia são as principais causas da doença. Apesar da estabilização do número de mortes entre 95 e 99, a doença não foi controlada. O Ministério da Saúde estima que mais de 50 milhões de brasileiros estão infectados com a Mycobacterium tuberculosis, mais conhecida como bacilo de Koch, nome dado em homenagem ao seu descobridor, o inglês Robert Koch (1843-1910).

Doença infecto-contagiosa a tuberculose ataca normalmente os pulmões, mas pode afetar outras partes do corpo, dos olhos aos intestinos. É transmitida pelo ar. “O aparecimento da Aids contribuiu para o surgimento de uma variedade mais resistente da doença”, diz o cientista Celso Lopes Silva, da Universidade de São Paulo, que trabalha na vacina da doença. “O contato com os remédios ajudou a selecionar bacilos mais resistentes, que afetam igualmente as pessoas soro-negativas”, explica. Os sintomas vão depender da região do corpo onde aparece a tuberculose. No pulmão, a ação do bacilo causa tosse e sangramento, no sistema nervoso poderá gerar meningite, se atacar nos ossos, as costas ficarão curvadas, nos rins causará sangramento e no intestino poderá causar diarréia. São usadas drogas antituberculostáticas por no mínimo seis meses. Em alguns casos pode ser usada indefinidamente.

Vacina

Os cientistas da Universidade de São Paulo conseguiram elaborar um meio de estimular o corpo a lutar contra o bacilo de Koch. “Essa bactéria, diferentemente de outras, se esconde dentro de algumas células”, afirma Silva, o coordenador do trabalho. “Assim, os anticorpos formados pelas vacinas comuns não chegam a atacá-la”. A nova estratégia isolou o gene que produz a substância capaz de estimular os linfócitos, nossas células de defesa. “Com isso, curamos 100% dos casos em camundongos”. O mérito dos cientistas foi reconhecido mundialmente com um artigo publicado em julho na respeitada revista inglesa Nature. O próximo passo é testar a vacina em seres humanos e, se der certo, ficará disponível em dois anos.

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