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Fobia Social Afeta 10% da População

Por Anne Harding

NOVA YORK (Reuters Health) - Cerca de 10 por cento da população pode ter um diagnóstico de fobia social. Geralmente, para estas pessoas, falar em público e encontrar estranhos são experiências assustadoras.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, e da Universidade de Manitoba, no Canadá, trabalharam para descobrir a prevalência de fobias sociais na população em geral. Em entrevistas com cerca de 2 mil pessoas, os pesquisadores descobriram que o medo mais comum, relatado por 15 por cento, foi o de falar em público. A fobia mais rara foi "comer ou beber em algum lugar onde alguém pudesse ver", sentido por cerca de 4,2 por cento dos entrevistados.

Cerca de 60 por cento das pessoas entrevistadas disseram que não tinham fobias sociais, enquanto 28 por cento tinham de um a três tipos de medo. Apenas 3,4 por cento tinham sete ou mais tipos de medo social.

"Muitas pessoas têm medos sociais", explicou Laine Torgrud, da Universidade de Manitoba, em Winnipeg, um dos autores do estudo. "A questão chave é se esses medos interferem na vida -- social, profissional ou diária -- ou se a pessoa é realmente perturbada pelo fato de ter fobias social", disse o pesquisador. Conforme o sistema de classificação de enfermidades mentais, a fobia social afetou 7,2 por cento dos entrevistados.

Uma em cada cinco pessoas com fobia social admitiu que o medo interferiu em sua educação formal e a metade afirmou que o medo foi o responsável por terem abandonado a escola, informou a equipe de pesquisadores no Archives of General Psychiatry.

Um quinto também disse que a fobia interferiu no emprego. Cerca de 38 por cento disseram que a ansiedade interferiu substancialmente em, pelo menos, um setor da vida. Isso significa uma prevalência de fobia social incapacitante de cerca de 2,6 por cento.

Considerando que a fobia social geralmente começa na infância ou na adolescência, sendo acompanhada com frequência por depressão e uso de drogas, essa descoberta "deveria aumentar a atenção sobre uma eventual colaboração coordenada entre saúde pública e fobia social", informaram os autores.

Torgrud disse à Reuters Health que o tratamento para a fobia social é eficaz. O pesquisador explicou que as duas estratégias principais são o tratamento com drogas antidepressivas, conhecidas como inibidores seletivos de reabsorção de serotonina, ou um tipo de aconselhamento chamado terapia comportamental cognitiva.

"Aproximadamente 50 a 60 por cento das pessoas tratadas com estes medicamentos relataram uma melhora significativa nos sintomas de ansiedade social", disse Torgrud.

A terapia comportamental cognitiva tem quase a mesma taxa de sucesso para quem completa o tratamento, acrescentou o pesquisador.

Sinopse preparada por Reuters Health

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