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Hospital do Câncer Inaugura Novo Banco de Sangue em SP

SÃO PAULO (Reuters) - Com o objetivo de aumentar a captação de sangue, o Hospital do Câncer, em São Paulo, inaugurou esta semana um novo banco de sangue, ampliado e com novos equipamentos.

A inauguração acontece na mesma semana em que é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue, neste sábado, para reforçar também a importância da doação voluntária, de acordo com Rafael Colella, diretor do Departamento de Hemoterapia do hospital.

Segundo Colella, o Hospital do Câncer pretende aumentar o número de doações mensais de 850 para 1.200 a 1.300.

"Esta é a quantidade que precisamos para atender nossos pacientes com segurança", disse Colella, acrescentando que o sangue é um item especialmente importante para pacientes com câncer.

"A demanda por sangue é grande devido à própria evolução do câncer e ao tratamento quimioterápico, que causa a destruição de células sanguíneas. Além disso, muitos pacientes são submetidos a cirurgias de grande porte, necessitando de transfusões", explicou o médico.

Segundo Colella, o banco de sangue conta agora com dois novos equipamentos que irão agilizar e melhorar a captação de sangue, além da substituição de aparelhos ultrapassados e da ampliação da área.

Um dos equipamentos é o Trima 30, um processador automático de células que permite a separação de glóbulos vermelhos, plaqueta e plasma -- componentes do sangue -- em uma só coleta.

"Normalmente, durante a transfusão, componentes do sangue devem ser fornecidos em tempos distintos para o paciente. A separação destes componentes pela processadora agiliza todo o processo", explicou Colella, acrescentando que o novo equipamento também aumenta o aproveitamento do material doado.

Além disso, um novo aparelho de irradiação da bolsa de sangue vai reduzir o risco de uma doença importante em pacientes imunocomprometidos, chamada doença do enxerto versus hospedeiro, de acordo com Colella.

"A irradiação mata os linfócitos no sangue doado, que podem atacar células do receptor com câncer, que normalmente estão com o sistema imunológico comprometido", disse o médico.

Colella acrescentou que, antes da aquisição desse equipamento, a irradiação era feita com outro não apropriado, que não permitia, por exemplo, o controle da quantidade de irradiação. Segundo o médico, poucos hospitais do país possuem os dois equipamentos. DOAÇÃO NÃO APRESENTA RISCO Colella acredita que o Dia Mundial do Doador de Sangue é importante para reforçar, junto à população, a grande demanda por sangue no país.

"Doar sangue é ato altruísta. As pessoas deveriam se conscientizar que hoje é um doador e, amanhã, poderá precisar de uma transfusão", afirmou Colella.

O médico estima que sejam feitas cerca de 35.000 a 40.000 doações de sangue por mês no Estado de São Paulo. "O ideal seria que esse número fosse de 60.000 para atender toda a demanda", avaliou Colella.

A médica Denise Dourado, do Departamento de Hemoterapia, acredita que é importante esclarecer à comunidade que a doação de sangue não apresenta risco algum à saúde. "A doação não oferece risco de contaminação de doenças para o doador", disse Dourado.

Inúmeras instituições do país aproveitaram a data internacional para fazer um apelo à população, destacando a escassez de doadores e a grande necessidade de estoques de sangue para salvar vidas.

Segundo Dourado, pessoas que queiram doar sangue devem ter entre 18 e 60 anos, pesar mais de 50 quilos e estar em plenas condições de saúde.

"Elas podem procurar bancos de sangue de hospitais, onde passarão por entrevistas e receberão todas as informações", acrescentou Dourado.

Sinopse preparada por Reuters Health

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