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Desfibriladores Portáteis Podem Salvar Vidas

NOVA YORK (Reuters Health) - Pessoas que sofrem um ataque cardíaco fora do hospital têm mais probabilidades de morrer do que de sobreviver. Resultados de dois novos estudos mostraram que as chances de sobrevivência podem ser dramaticamente aumentadas por uma versão portátil do desfibrilador usado pelos médicos para fazer o coração voltar a bater.

Os desfibriladores automáticos externos (AED, sigla para automated external defibrillators) são aparelhos portáteis que analisam automaticamente o ritmo cardíaco e, se necessário, instruem o usuário a dar um choque elétrico para normalizar o ritmo.

Esses aparelhos têm sido usados em aviões e cassinos há vários anos com sucesso, conforme trabalho publicado na edição de 26 de outubro do New England Journal of Medicine.

Para os pesquisadores, isso reforça a idéia de ter AEDs em locais públicos.

Em um estudo, a equipe de Terence D. Valenzuela, da Universidade do Arizona, em Tucson, acompanhou 105 pessoas que sofreram ataque cardíaco em um dos 32 cassinos onde o pessoal da segurança foi treinado para usar os AEDs.

Os especialistas verificaram que 74% das vítimas que receberam choque num prazo de 3 minutos depois do ataque cardíaco sobreviveram.

Quase metade das pessoas que usou o desfibrilador após esse prazo também sobreviveu. Esses índices foram comparados aos registrados em algumas áreas dos EUA, onde as taxas de sobrevivência ficam abaixo dos 5%.

No segundo estudo, os cientistas acompanharam o programa da American Airlines no qual os comissários de vôo foram treinados para usar AEDs. O aparelho foi usado em 200 pessoas sendo que 40 por cento sobreviveram.

Os aparelhos foram usados de forma segura, disse Richard L. Page, do Centro Médico da Universidade do Sudoeste do Texas, em Dallas, em entrevista à Reuters Health. Nenhum dos operadores do aparelho disparou o choque em hora errada, uma das maiores preocupações relacionadas ao uso dos AEDs por leigos.

"No futuro os AEDs estarão na maioria dos lugares onde há grande concentração de pessoas, como ocorre hoje com os extintores de incêndio", disse Page. Atualmente, cursos básicos de CPR incluem instruções sobre o uso de AEDs e os aparelhos trazem informações verbais e escritas sobre como operá-los.

De qualquer forma, continua o debate sobre a relação custo-benefício da instalação de AEDs em locais públicos, de academias a escolas. O aparelho custa entre 3 mil e 4 mil dólares.

"Na minha opinião, são muito importantes para não estarem disponíveis para todos", disse Page.

Sinopse preparada por Reuters Health

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