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SÃO PAULO (Reuters) - A sobrevivência de pessoas que sofrem acidente cardiovascular em local público não depende apenas da eficácia dos serviços de emergência. As vítimas dependem, em grande parte, do apoio de leigos treinados a salvar vidas.
Os "primeiros-socorros" prestados a essas pessoas será um dos temas do Simpósio sobre Emergências Cardiovasculares, promovido pela a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) nos dias 20 e 21 de outubro, na capital paulista.
Especialistas estarão reunidos para debater medidas que ajudem a reduzir o número de vítimas fatais por doenças cardiovasculares, que representam 31 por cento das mortes no país, segundo a Socesp.
"Mesmo com um excelente sistema de emergência, se não houver um trabalho da comunidade para salvar a vida da vítima, a taxa de sobrevida não será superior a 2 por cento", afirmou o médico Sérgio Timerman, do Instituto do Coração (Incor), ligado ao Hospital das Clínicas das Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
De acordo com Timerman, com o objetivo de reduzir as mortes súbitas -- o enfarte correspondendo a cerca de 65 por cento destas mortes -, cardiologistas brasileiros pretendem promover no país o atendimento de emergência e o uso pela comunidade de desfibriladores externos, aparelhos que liberam choques elétricos.
Os médicos querem trazer para o Brasil a experiência de países como os Estados Unidos, onde existem equipes de pessoas leigas treinadas para atender emergências e operar desfibriladores em locais como aeroportos, shoppings e estádios.
"Em Seattle, nos Estados Unidos, onde grande parte da população é instruída, há uma sobrevida de quase 50 por cento (dos pacientes em emergência cardiovascular)", disse Timerman.
O médico explicou que cerca de 85 por cento das paradas cardíacas ocorrem devido à fibrilação ventricular, que consiste em "um caos elétrico no coração, que pára de funcionar como bomba".
"Só existe uma maneira de parar este caos: através do choque com o desfibrilador", destacou o médico que coordena o simpósio.
Segundo Timerman, a maioria das companhias aéreas norte-americanas e européias já está equipada com o desfibrilador. No Brasil, a Varig e a TAM também possuem o aparelho.
O médico afirmou que a Socesp pretende, em conjunto com outras organizações, promover o atendimento e o uso de desfibrilador por leigos no Brasil.
"Em primeiro lugar, aguardamos a aprovação de um projeto de lei, que já está tramitando no Senado, para tornar obrigatório o desfibrilador em locais públicos para ser usado por pessoas leigas", afirmou Timerman. Além disso, o entidade pretende formar centros de instrução e difusão de atendimento.
Sinopse preparada por Reuters Health
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