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Fobia Social é Associada a Abandono Escolar

NOVA YORK (Reuters Health) - Pessoas com fobia social são mais propensas a ter perdido anos escolares e abandonado o ensino médio antes da conclusão se comparadas a pessoas sem distúrbios de ansiedade, informaram pesquisadores.

A fobia social é uma forma extrema de timidez e ansiedade, na qual o temor da interação social é tão forte que interfere na vida diária.

"A fobia social pode ser um sério distúrbio incapacitante de ansiedade", informou a equipe de Murray B. Stein da Universidade da Califórnia, em San Diego, na edição de outubro do American Journal Psychiatry.

Em um novo estudo, os pesquisadores analisaram mais de 8 mil pessoas entre 15 e 64 anos de idade que viviam em Ontário, no Canadá. Os cientistas verificaram que 13 por cento dos participantes se encaixavam no perfil de portador de fobia social ou tiveram o distúrbio no passado.

Cerca de metade das pessoas com a fobia social tinha medo de falar em público. O restante tinha distúrbios de ansiedade social generalizada, um problema no qual os pacientes sentem medo diante de situações ainda mais banais, como comer em público, por exemplo.

As pessoas com fobia social -- especialmente as que tinham a forma generalizada da doença -- foram três vezes mais propensas a ter depressão que as pessoas sem o distúrbio, segundo os pesquisadores.

Embora a depressão comprometa a qualidade de vida, os pesquisadores verificaram que, mesmo depois de tomar consciência do problema, as pessoas com fobia social continuam a ter dificuldades para realizar atividades cotidianas.

Por exemplo, as pessoas com distúrbio de ansiedade social foram mais de oito vezes mais propensas a ter dificuldades na escola, no trabalho ou na execução das tarefas domésticas. Também se mostraram mais propensas a ter problemas com relações interpessoais que as outras.

Os pesquisadores também verificaram algo novo: as pessoas com fobia social têm mais chances de terem repetido um ano na escola ou abandonado o ciclo médio antes da formatura.

As pessoas com fobia social generalizada mostraram-se três vezes mais propensas que as demais a admitir que não tinham um boa qualidade de vida.

"Virtualmente, em todos os índices de funcionalidade e satisfação com a vida, as pessoas com fobia social se sentiram pior que as demais", informaram os pesquisadores.

De acordo com a equipe, o trabalho "deveria incentivar os responsáveis pelas políticas de saúde a incluir a fobia social entre os distúrbios mentais 'sérios' e implementar esforços sistemáticos para tratar e prevenir o problema".

Sinopse preparada por Reuters Health

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