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Cientistas Descobrem Novo Alvo Para Tratar Câncer Infantil

LONDRES (Reuters) - Cientistas norte-americanos anunciaram na quarta-feira a descoberta de uma novo alvo potencial para o tratamento de um tipo de câncer infantil.

Pesquisadores da Escola de Medicina Albert Einstein, em Nova York, descobriram um gene específico que contribui para o desenvolvimento de neuroblastoma, uma forma de tumor maligno mortal que afeta crianças.

De acordo com o estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores verificaram que os neuroblastomas produzem grandes quantidades de um gene chamado Id2, que prejudicam o funcionamento de supressores naturais de tumor.

"As quantidades excessivas de Id2 prejudicam a função de uma das mais importantes proteínas responsáveis pela prevenção do crescimento do tumor, a proteína do gene RB", afirmou a escola em um comunicado. A proteína controla o processo de divisão celular em algumas células.

Os pesquisadores acrescentaram que, no caso de neuroblastoma, o Id2 se acumula devido a outro gene, chamado oncogene N-myc, que promove a proliferação celular e está abundantemente presente em neuroblastomas.

"A compreensão desses detalhes do câncer em nível genético deve permitir a descoberta de novas armas para combater a doença", disse Antonio Iavarone, um dos coordenadores do estudo, em um pronunciamento.

Iavarone e sua equipe afirmaram que, em condições normais, o Id2 é importante no desenvolvimento, pois ele desencadeia a produção de células cerebrais.

Normalmente, quando já foram produzidas células cerebrais suficientes, no entanto, o Id2 é desativado pela proteína do gene RB. Os pesquisadores testaram a teoria em camundongos geneticamente modificados para não produzir a proteína do gene RB. Durante os testes, os animais morreram antes de nascer devido ao crescimento excessivo das células cerebrais. Em outro teste, camundongos sem Id2 e sem a proteína nasceram normalmente.

"Este estudo mostra que certos tipos de câncer infantil, como o neuroblastoma, têm origem em processos de desenvolvimento normais que se distorcem", disse Anna Lasorella, uma das coordenadoras do estudo.

"Agora, podemos desenvolver drogas que irão neutralizar o gene Id2. Estas drogas devem fornecer um tratamento altamente concentrado e efetivo contra o neuroblastoma -- e talvez contra outros tipos de câncer também", afirmou Iavarone.

Sinopse preparada por Reuters Health

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