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O que é?

O refluxo gastroesofágico é uma situação caracterizada pelo retorno não forçado do alimento do estômago para o esôfago. Na criança pequena, usualmente, o alimento refluído chega até a boca e então é eliminado, o que é popularmente chamado de “golfar”.

O refluxo gastroesofágico tanto pode ser uma situação normal, de ocorrência pouco freqüente, como pode ser uma doença com repercussões na saúde da criança afetada. A maioria dos casos de refluxo é benigna, porém é importante identificar os casos anormais, a fim de que seja instituído o tratamento e prevenidas as potenciais complicações.

Como se identifica?

O refluxo gastroesofágico manifesta-se mais freqüentemente por episódios repetidos de golfadas e até vômitos, dificuldade para se alimentar, choro freqüente da criança, irritabilidade, dificuldades no sono, tosse, engasgos, dentre outros sintomas.

A forma benigna do refluxo, dita fisiológica, não apresenta qualquer manifestação clínica, a não ser os episódios de golfadas pós-alimentares esporádicas. Nota-se que a criança está crescendo e se desenvolvendo normalmente. Nesses casos, a tendência é que os episódios de golfadas vão reduzindo com o crescimento da criança, sendo que por volta dos 4 anos de idade a maioria delas não apresenta mais nenhum sintoma.

A forma anormal do refluxo, chamada doença do refluxo gastroesofágico, além de ser caracterizada pelos sintomas relatados acima, cursa com ganho insuficiente de peso pela criança e até mesmo atraso no desenvolvimento. Além dos sintomas, usualmente são necessários exames complementares para que ela seja confirmada. Esses exames variam desde a endoscopia, até a monitorização do pH do esôfago por uma sonda introduzida pelo nariz da criança.

Qual é o tratamento?

O tratamento é baseado em medidas comportamentais e alimentares, além do uso de medicamentos em situações especiais.

As medidas gerais, que servem para ambos os tipos de refluxo, incluem evitar tomar líquidos junto com as refeições; evitar alimentos condimentados ou gordurosos; evitar se deitar logo após comer; reduzir o volume de alimentos ingeridos em cada refeição, procurando ao invés de comer muito de uma só vez, fracionar as refeições, comendo pouco e várias vezes ao dia.

Nos casos anormais e mais graves de refluxo, pode ser necessário o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, ou até mesmo para melhorar a movimentação do estômago e esôfago, impedindo assim o retorno do alimento.

Alguns casos selecionados podem necessitar de tratamento cirúrgico. Todavia, este só é indicado após extensa investigação, e geralmente apresenta resultados satisfatórios.

Lembre-se, somente o médico poderá orientar o tratamento de seu filho portador desta condição.

Fonte:

Oliveira RG. Refluxo gastroesofágico. In: Oliveira RG. Blackbook Pediatria, 3a ed. Black Book Editora LTDA, Belo Horizonte - MG, 2005: 328 – 329.