Predisposição genética para TDAH aumenta risco de Alzheimer na velhice

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Saúde mental

Um novo estudo mostrou que ter uma predisposição genética para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) está associado ao declínio cognitivo e pode prever a doença de Alzheimer na velhice.

Por muito tempo, o TDAH foi considerado uma doença infantil da qual as pessoas superam depois de entrar na idade adulta. Mas os médicos agora sabem que o TDAH pode persistir na idade adulta, talvez com sintomas mais diversos e sutis, em comparação com crianças e adolescentes, o que pode dificultar o diagnóstico.

Semelhante a outros distúrbios comportamentais, o TDAH tem um componente genético, e o risco de desenvolver o transtorno é determinado por uma combinação de pequenas alterações genéticas, não por um único gene.

Para medir esse risco, os pesquisadores empregaram uma ferramenta previamente desenvolvida chamada escore de risco poligênico do TDAH, que representa a probabilidade genética combinada de desenvolver o distúrbio, considerando toda a sequência do genoma.

Os cientistas acessaram um banco de dados de 212 adultos, com idade média de 73 anos, que não apresentavam comprometimento cognitivo no início do estudo. O banco de dados incluía varreduras cerebrais, níveis basais de amiloide e tau medidos em PET scans e no líquido cefalorraquidiano, e os resultados de avaliações cognitivas regulares ao longo de seis anos consecutivos. As sequências do genoma dos pacientes também estavam acessíveis.

Ao calcular a pontuação individual de risco poligênico do TDAH de cada paciente e compará-la com seus sinais de doença de Alzheimer, os pesquisadores foram capazes de mostrar que uma pontuação mais alta "pode prever a deterioração cognitiva subsequente e o desenvolvimento da fisiopatologia cerebral da doença de Alzheimer em idosos que, até então, não eram cognitivamente prejudicada".

No entanto, os cientistas notaram que a maioria dos pacientes no estudo eram brancos e tinham, em média, mais de 16 anos de educação. Eles disseram que estão trabalhando para recrutar mais participantes de origens sub-representadas e iniciar testes de acompanhamento.

Fonte: Molecular Psychiatry. DOI: 10.1038/s41380-022-01867-2.

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