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Infertilidade feminina

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Onde está o problema?
- Existem fatores de risco?
- Como deve ser feita uma avaliação?
- Como é o tratamento?

Os especialistas calculam que a chance de uma mulher engravidar é de apenas 25% a cada ciclo ovulatório. Isto significa que, em média, um casal leva cerca de 4 meses para obter uma gravidez. Cerca de 75% conseguirão êxito em 6 meses de tentativas, e 90% terão sucesso após 1 ano.

Se uma mulher vem tentando engravidar há 1 ano, mantendo relações sexuais regularmente, e não conseguiu ainda, tecnicamente o casal ser considerado Infértil. Vale lembrar que Infértil não é o mesmo que Estéril. Ao contrário da infertilidade, a esterilidade é uma condição permanente e irreversível.

A infertilidade é relativamente comum, afetando 10-15% dos casais. Parte do problema está relacionado ao aumento no número de casos de doenças sexualmente transmissíveis. Parte está relacionada ao fato de muitas mulheres estarem adiando a primeira gestação para além dos 30-35 anos, quando a fertilidade sofre um decréscimo natural.

Receber um diagnóstico de infertilidade não significa que você jamais poderá ter filhos: em muitos casais inférteis, a causa pode ser identificada e tratada. Será tudo questão de vencer mais um desafio.

Onde está o problema?

Conseguir engravidar é um processo fisiológico complexo que pode ser afetado por vários fatores. Primeiro, seu parceiro sexual deve ser capaz de produzir uma quantidade adequada de esperma normalmente ativo, que deve ser despejado no canal vaginal no momento certo. Em segundo lugar, é preciso que um óvulo saudável seja liberado.

Os passos seguintes incluem:

• Os espermatozóides devem ser capazes de alcançar o óvulo na altura das trompas.
• Uma vez ocorrida à união do espermatozóide com óvulo, o pequeno embrião deve ser capaz de atingir a cavidade uterina e se implantar no endométrio – a fina camada de células que reveste o útero.
• Até este ponto, o processo exige a participação de vários hormônios, que devem ser produzidos na quantidade correta.
• Daí em diante, o sucesso da gravidez dependerá da viabilidade do embrião e de fatores locais favoráveis ao seu crescimento.

Aproximadamente 10-15% dos casos de infertilidade estão associados a problemas na ovulação; 30-40% a fatores relacionados ao homem; 30-40% a problemas uterinos; e 5% a outras causas menos comuns. Em 5-10% das vezes, os médicos não são capazes de encontrar uma causa específica para a infertilidade.

Se você já teve 1 ou 2 filhos, não é impossível de ocorrer dificuldade em uma terceira gravidez. Os mesmos processos descritos acima devem ocorrer, e com o avanço da idade eles se tornam mais presentes. O risco de endometriose na mulher é maior, e o esperma do homem também pode não ter a mesma qualidade de antes.

Existem fatores de risco?

Sim, e os principais são idade, extremos de peso, exercícios excessivos, hábitos de vida, e fatores de risco ocupacionais, ambientais e emocionais.

A fertilidade diminui com o passar do tempo. Aos 25 anos, a chance de engravidar nos primeiros 6 meses de tentativa é de 75%; aos 40 anos, é de apenas 22%. Este decréscimo está relacionado a problemas na qualidade dos óvulos.

Apesar da maior parte dos hormônios femininos de uma mulher ser fabricada nos ovários, uns 30% são produzidos nas células gordurosas. Uma vez que o equilíbrio hormonal é essencial para que ocorra a concepção, não é de surpreender que os extremos de peso possam contribuir para a infertilidade: um peso 10-15% acima ou abaixo do peso ideal pode desligar completamente o processo reprodutivo.

Mulheres com distúrbios alimentares, tais como anorexia ou bulimia, ou aquelas em uma dieta excessivamente restrita, de baixa calorias, podem apresentar ciclos menstruais irregulares. Mulheres estritamente vegetarianas também podem ter dificuldade para engravidar caso tenham deficiência de certos nutrientes (p.ex.: vitamina B12, zinco, ferro e ácido fólico).

Depressão, praticar exercícios intensamente (p.ex.: atletas profissionais), fumar mais de um maço de cigarros por dia, consumir bebidas alcoólicas regularmente (a partir de 5 drinques por semana) e exposição freqüente a determinados poluentes e substâncias químicas (p.ex.: pesticidas, dioxinas, etc) podem refletir de modo negativo sobre a fertilidade da mulher.

Infertilidade feminina: principais causas

• Doença inflamatória pélvica (DIP): cerca de 20% das mulheres que sofrem de DIP desenvolvem infertilidade

• Endometriose: cerca de 25-50% das mulheres inférteis sofrem de endometriose.

• Distúrbios hormonais e da ovulação: respondem por 33% dos casos de infertilidade.

• Síndrome do ovário policístico

• Insuficiência ovariana

• Aumento dos níveis sangüíneos de prolactina Alterações no sistema imune

• Miomas no útero

• Contrações uterinas ascendentes fracas, dificultando o encontro dos espermatozóides com o óvulo nas trompas

• Cicatrizes no útero decorrentes de curetagens

Como deve ser feita uma avaliação?

A infertilidade é um problema do casal e ambos devem se comprometer a realizar os exames médicos desde o princípio. Do ponto de vista dos especialistas, faz mais sentido examinar primeiro o homem através de um espermograma – o fator masculino responde por cerca de 1/3 dos casos de infertilidade do casal.

Seu ginecologista irá colher informações sobre sua saúde e seus antecedentes reprodutivos (quantos filhos teve, abortos, uso de anticoncepcionais, etc). Alguns exames de sangue poderão ser necessários (p.ex.: hemograma, testes para avaliar a função da glândula tireóide, etc).

Apesar da presença de ciclos menstruais regulares ser um bom sinal de que você está ovulando, serão necessários alguns exames para confirmar isso. Uma boa maneira é medir a temperatura corporal todos os dias pela manhã, antes de sair da cama, e anotar os resultados diários por cerca de 2-4 meses. Examinando estes registros, seu médico será capaz de dizer se e quando você estava ovulando. Outras técnicas para confirmar a ovulação incluem dosagem dos níveis sangüíneos de progesterona após o período presumido de ovulação, e uma biópsia da camada mais interna do útero.

Se você não estiver ovulando, ou não estiver ovulando regularmente, seu médico poderá receitar medicamentos para estimular a ovulação, como o clomifeno, por cerca de 5-7 dias a cada mês, até obter um padrão regular de ovulação.

Para avaliar as condições do útero e das trompas, pode ser necessário realizar uma Histerossalpingografia. Este teste consiste em administrar um contraste dentro do útero, durante um exame ginecológico, e então realizar uma radiografia da pelve. Dependendo das alterações encontradas, pode ser necessário tomar alguns remédios ou realizar um procedimento cirúrgico para corrigir o problema.

Como é o tratamento?

O tratamento irá variar de acordo com a causa do problema. Da mesma forma, a possibilidade de sucesso depende da causa da infertilidade – e da capacidade do tratamento escolhido em corrigir o problema.

Copyright © 2012 Bibliomed, Inc.      Publicado em 16 de maio de 2011    Revisado em 21 maio de 2012