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Estudo mostra que cigarros eletrônicos oferecem pouco risco à saúde

28 de agosto de 2012 (Bibliomed). O primeiro estudo desenvolvido sobre os cigarros eletrônicos foi apresentado no congresso deste ano na European Society of Cardiology (Sociedade Européia de Cardiologia) em Munique, na Alemanha.

De acordo com a pesquisa, os cigarros eletrônicos parecem não ter efeitos adversos agudos na função cardíaca. O pesquisador Dr. Konstantinos Farsalinos afirma que, “os cigarros eletrônicos não são um hábito saudável, mas eles são uma alternativa mais segura para os cigarros de tabaco. Os humanos foram feitos para inalar ar limpo, então eu acho que qualquer outra coisa que você inale não é saudável; Eu não posso dizer que isso é absolutamente saudável. O cigarro eletrônico é um produto de redução de dano de tabaco, vendido como uma alternativa para (o consumo de cigarros normais); eles não são vendidos para que o não-fumante comece a usar esse aparelho”.

O pesquisador explica também que apesar de os cigarros eletrônicos estarem sendo comercializados há anos e utilizados por milhões de pessoas em todo o mundo, o produto não é regulamentado e a Organização Mundial de Saúde pediu que estudos fossem feitos para a comprovação de possíveis danos que eles possam causar ao organismo.

Os cigarros eletrônicos são compostos de uma bateria, um cartucho com líquido e um dispositivo de calor que transforma a água em vapor. O líquido é uma mistura de diversas substâncias (além da nicotina) e laboratórios afirmam que ele é muito menos tóxico do que cigarros de tabaco.

Para o estudo de Farsalinos, ele e sua equipe mediram a função miocárdica em 20 jovens antes e depois de eles fumarem um cigarro de tabaco por sete minutos. Os dados obtidos foram comparados ao uso de um cigarro eletrônico durante sete minutos em 22 pessoas que já faziam uso do aparelho. Os participantes eram fumantes diários que estavam entre as idades de 25 e 45 anos.

Os cigarros eletrônicos escolhidos tinham uma quantidade de 11mg/mL de nicotina no líquido, sendo que a concentração de nicotina nos aparelhos pode chegar a 23 mg/mL.

A análise dos resultados do experimento mostrou que o consumo de um cigarro de tabaco prejudicou significativamente quatro parâmetros da função ventricular esquerda, sendo que os mesmos efeitos não foram vistos em pessoas que fumaram o cigarro eletrônico. Os cigarros de tabaco também causaram elevações na pressão sanguínea e na taxa de batimentos cardíacos (+8% PS sistólica, +6% PS diastólica, e um aumento de 10% nos batimentos cardíacos). A elevação em usuários de cigarros eletrônicos foi de apenas 4% na pressão sanguínea diastólica. 

Uma das explicações possíveis para essa diferença é que não ocorre combustão no cigarro eletrônico e dessa forma as substâncias químicas criadas e absorvidas são menos tóxicas. Além disso existe a possibilidade de que o usuário absorva mais nicotina ao usar cigarros normais.

Farsalinos explica que os cigarros eletrônicos abordam o vício pela nicotina e o vício comportamental. O vício comportamental e psicológico vem de o usuário acender o cigarro, segurá-lo na mão, inalar e exalar e ver a fumaça. A literatura médica mostra que esses gestos são uma motivação para o ato de fumar tanto quanto a necessidade pela nicotina.

Apesar de a pesquisa de Farsalinos indicar que os cigarros eletrônicos são uma opção mais saudável para quem está tentando se livrar do tabagismo, o estudo é apenas preliminar. Os cientistas avaliaram menos de 50 pessoas e este é apenas o segundo estudo feito sobre o tema, sendo que o primeiro – que avaliou o efeito do aparelho na função pulmonar – mostrou efeitos adversos de curto prazo causados pelos cigarros eletrônicos.

Esses aparelhos podem ajudar no controle do vício, mas as companhias que os comercializam escolhem evitar essa afirmação por não quererem que eles sejam regulamentados como produtos médicos.

Fonte: Medscape, 25 de agosto de 2012

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