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Sistema público de saúde não incentiva o parto normal

10 de maio de 2012 (Bibliomed). Muitos são os benefícios do parto normal para criança e para a mãe, sendo, inclusive, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) como o parto ideal. A OMS indica que o cesariano deixado apenas para casos realmente necessários, bem como a adoção de procedimentos humanizados e que ofereçam uma assistência segura à mulher, além do uso apropriado de tecnologia para gestantes e bebês. Contudo, a maior parte dos hospitais da rede pública de saúde do estado de São Paulo não segue essas recomendações.

Segundo estudo realizado na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), que analisou 158 gestantes em dois hospitais da rede pública do estado (um que adota o parto humanizado e outro que segue o modelo convencional), a vontade e o bem-estar das grávidas não são priorizados na hora do parto.

Claudia de Azevedo Aguiar, responsável pelo estudo, explica que o profissional de saúde não tem o preparo ideal lidar com as emoções da mulher que está em trabalho de parto.

As mulheres analisadas eram consideradas saudáveis e aptas à realização do parto normal. Entretanto, por motivos diversos, não esclarecidos em seus prontuários, foram submetidas à cesariana. “Algumas intercorrências podem levar a uma mudança de planos na realização do parto. O que ficou claro no estudo é que muitas mulheres poderiam ter seus bebês pelo parto normal, mas em função de intervenções excessivas ou por uma decisão arbitrária médica, elas foram impedidas”, explica Claudia.

A pesquisadora destaca que o parto normal é mais seguro, pois é menos invasivo e tem menores perda de sangue e uso de medicamentos, além de apresentar uma taxa de mortalidade mais baixa. “Infelizmente, a cultura popular cultiva uma visão errada do parto normal, como algo muito doloroso. Claro que existe dor, mas todas as mulheres são capazes de passar pelo parto normal”, afirma Claudia.

Fonte: Agência USP, 09 de maio de 2012

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