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Contexto social influencia no desenvolvimento da depressão em mulheres

12 de março de 2012 (Bibliomed). A prevalência da depressão é maior entre as mulheres do que entre os homens. Devido ao grande número de queixas registradas em serviços da saúde pública, a psicóloga Mirna Yamazato Koda, a investigar a produção dos sintomas depressivos nessas mulheres.

Realizado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), o estudo foi realizado com base em entrevistas com seis mulheres, com idade entre 30 e 55 anos, casadas, separadas e com filhos, com sintomas de depressão ou já em tratamento, que responderam a questionários sobre suas relações interpessoais, sua trajetória de vida e contexto social.

A partir desse questionário, Mirna observou uma serie de sofrimentos e traumas na historia de vida das pacientes. Em sua maioria, elas vêm de família pobre, sofreram violência em algum momento da vida, começaram a trabalhar cedo, têm situação financeira precária e problemas familiares graves (como algum parente com dependência química).

As principais queixas apresentadas pelas mulheres com sintomas de depressão e ansiedade são isolamento social, a não inserção no mercado de trabalho, problemas familiares e algum tipo de violência sofrida.

Segundo a psicóloga, é preciso passar a considerar o contexto de vida na hora de tratar a depressão, e não apenas os fatores biológicos. “A depressão normalmente é tratada sob o ponto de vista biológico, com o estudo do cérebro, mas ela também reflete um contexto social. O número de casos dessa doença, por exemplo, vem aumentando muito nos últimos tempos, o que reflete todo o estilo de uma sociedade”, completa.

A pesquisadora lembra que a depressão é uma doença que atinge mais as mulheres e o contexto sociocultural pode influenciar tal panorama: “A questão de gênero também está posta no sofrimento, ela atravessa também o modo de adoecer e o sofrimento. As mulheres conquistaram muitas coisas nos últimos anos, mas também houve uma sobrecarga e acúmulo de tarefas. Além disso, o tipo de dificuldades enfrentadas é difere em cada classe social, e as mulheres do estudo, que são pobres, são as mais atingidas pelas adversidades”, finaliza.

Fonte: Agência USP, 8 de março de 2012

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