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Como infecções podem reduzir a empatia social durante as doenças?

18 de junho de 2024 (Bibliomed).Pesquisadores das universidades de Bochum e Essen, na Alemanha, descobriram que infecções agudas podem influenciar a capacidade de empatia das pessoas, especialmente em relação à dor psicológica de outros. Publicado no periódico Brain, Behavior and Immunity, o estudo explora o comportamento de doença, um processo pelo qual o corpo reorganiza suas prioridades biológicas em resposta a uma infecção aguda.

Historicamente, esse comportamento tem sido associado ao isolamento social e à sensação de desconexão social. No entanto, o estudo recente utilizou endotoxinas bacterianas para induzir experimentalmente aspectos desse comportamento em 52 mulheres voluntárias, que receberam uma baixa dose de lipopolissacarídeo (LPS) ou solução salina como placebo.

Após a administração, as participantes avaliaram interações sociais mostradas em imagens, que incluíam mulheres em situações de dor somática ou psicológica ou em interações emocionalmente neutras. Surpreendentemente, enquanto a empatia pela dor somática se manteve estável, observou-se uma redução significativa na empatia pela dor psicológica no grupo exposto ao LPS.

Segundo os pesquisadores, a redução na empatia pode ser uma estratégia do corpo para economizar energia em termos de engajamento social durante períodos de doença.

Os resultados sugerem que as inflamações, como as causadas por infecções físicas, afetam tanto a saúde física quanto as relações interpessoais. Este achado é particularmente relevante no contexto da recente pandemia de COVID-19, podendo ter implicações sociopolíticas, como o impacto do mal-estar geral nas decisões políticas.

Estudos futuros planejam investigar como a empatia varia em relação ao grau de relacionamento e familiaridade entre os indivíduos, proporcionando uma compreensão mais profunda das dinâmicas sociais em tempos de doença.

Fonte: Brain, Behavior and Immunity. DOI: 10.1016/j.bbi.2024.03.032.