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27 de junho de 2011 (Bibliomed). Novas diretrizes de ressuscitação propõem nova técnica para o atendimento de pacientes sofrendo paradas cardíacas. A hipotermia é um procedimento que abaixa a temperatura corporal da pessoa com bolsas de gelo ou soro gelado, deixando o corpo entre 32 e 34º C.

A técnica deve ser aplicada em pessoas que recuperaram o pulso após a parada, mas que permaneceram inconscientes. O resfriamento deve ser feito o mais rápido possível para que a diminuição no metabolismo do cérebro seja feita rapidamente. O procedimento aumenta as chances de sobrevida e diminui a possibilidade de que ocorram danos cerebrais.

Agnaldo Pispico, diretor do Centro de Treinamento em Emergências da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo explica que “quanto menor o consumo de oxigênio, menor será a liberação de radicais livres e inflamações, já que a falta de oxigenação provocada pela parada cardiorespiratória provoca uma desorganização metabólica no funcionamento do cérebro, podendo resultar em sofrimento e sequelas irreversíveis”.

A hipotermia é o único procedimento cientificamente comprovado de controle de danos no cérebro após a parada cardíaca, como que o paciente entre em coma ou sofra sequelas neurológicas causadas pela falta de oxigênio.

Pispico afirma que os hospitais devem estar preparados para a implantação das novas diretrizes. “Mais do que nunca, será necessário termos hospitais e equipes preparadas para induzir e manter a hipotermia, leitos específicos com equipamentos que avaliem continuamente a quantidade de CO2 e O2, controle dos eletrólitos (sódio e potássio) e serviços de hemodinâmica, para casos de intervenção de emergência cuja a indicação foi ampliada com o objetivo de intervenções mais precoces como angioplastias”.

Ele avisa também que o período após o socorro da vítima exigirá cuidados especiais. “O controle do estado neurológico deve ser uma preocupação contínua com necessidade de exames complementares para avaliar o dano cerebral após as 24 horas iniciais quando a hipotermia e a sedação são retiradas. Isso ainda não existe na maioria dos hospitais brasileiros, mas as Diretrizes indicam claramente esse caminho para salvar vidas”, conclui.

Fonte: DOC Press Comunicação – SOCESP 23 de junho de 2011

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